H., 44 anos, vai à unidade de saúde para um retorno após uma longa perda de seguimento. Você investiga o motivo da consulta e a principal motivação de buscar o atendimento médico é a retomada de seu tratamento anti-hipertensivo. Ele é motorista e trabalha muitas horas por dia sentado, não faz atividade física, mas as vezes joga futebol com os amigos. Diz quase motivou a voltar para os cuidados depois que perdeu o cunhado por decorrência de um infarto, e que sempre se cuidou sozinho. Você investiga a última MRPA que ele preparou para esse atendimento e percebe que a média de pressão arterial é 129/78mmHg. Além disso, investigando as medicações em uso descobre que ele tem usado losartana 50mg a cada 12 horas, hidroclorotiazida 25mg ao dia e anlodipino 5mg a cada 12 horas. Ao exame físico você não percebe nada que lhe chame a atenção e ao conferir a pressão arterial em repouso no consultório com método adequado você encontra o valor de aferição de 126/75 mmHg. Além disso ele traz os exames de rotina do hipertenso que foram solicitados a pedido do enfermeiro da sua equipe na consulta de enfermagem há duas semanas, cujos resultados foram todos dentro da normalidade exceto o colesterol, com um HDL-c de 40 mg/dL e um LDL-c de 194 mg/dL.
Quiz
Sumário do Quiz
0 de 1 questões completadas
Perguntas:
- 1
Information
Quiz PEBMED
Você já fez este questionário anteriormente. Portanto, não pode fazê-lo novamente.
Quiz is loading...
You must sign in or sign up to start the quiz.
Para iniciar este questionário, você precisa terminar, antes, este questionário:
Resultados
0 de 1 perguntas respondidas corretamente
Seu tempo:
Acabou o tempo
Você conseguiu 0 de 0 pontos possíveis (0)
Categorias
- Sem categoria 0%
- 1
- Respondido
- Revisão
-
Pergunta 1 de 1
1. Pergunta
Ao construir o plano de cuidado de H. qual a periodicidade de visitas que você deve propor a ele para consultas de rotina?
Correto
Resposta: c) Duas vezes ao ano com o médico e duas vezes com o enfermeiro
A questão traz o caso de um paciente hipertenso que perdeu o seguimento de seu cuidado e decide retomar os seus cuidados de rotina. O comando da questão pede que você determine o aprazamento do cuidado de rotina deste paciente.
Para responder a esta questão devemos primeiramente determinar alguns pontos centrais:
- Qual o estágio da hipertensão de nosso paciente?
- Qual seu risco cardiovascular?
- Qual sua capacidade de autocuidado?
No caso de H., o estágio da hipertensão não pode ser mensurado diretamente pois o valor de medida a que temos acesso é o valor da pressão arterial tratada, mas podemos perceber que o valor dessa média tanto na consulta quanto na MRPA está dentro dos alvos terapêuticos e percebemos ainda que esse alvo foi atingido com o uso de três drogas anti-hipertensivas. O uso de farmacoterapia combinada o categoriza então como estágio maior ou igual a 2, pelo menos, o que irá nos dar pistas valiosas para a tomada de decisão.
Além disso, ao pensarmos no seu risco cardiovascular utilizando o risco cardiovascular global teremos um paciente com alto risco cardiovascular em 10 anos, uma vez que temos um paciente hipertenso minimamente com doença aterosclerótica subclínica pelos valores de LDL-c.
Por fim, percebemos que H. também tem uma boa capacidade de autocuidado, sendo ativo em suas atividades de trabalho e de rotina, com uma alta funcionalidade.
Dessa forma, considerando o grau de severidade de sua condição crônica temos um paciente com grau 3 o que vai demandar visitas quadrimestrais ao médico e ao enfermeiro para o cuidado deste paciente, conforme a diretriz brasileira de hipertensão.
É importante destacar o papel do profissional de enfermagem para o cuidado do paciente hipertenso na atenção primária. A hipertensão arterial sistêmica é um agravo muito prevalente no Brasil, com quase um terço da população tendo o diagnóstico. O estabelecimento dessa linha de cuidado, que quando conduzida reduz a morbimortalidade em virtude da doença, é unicamente possível quando se trabalha de forma multiprofissional. Nesse caso apresentado, a consulta de enfermagem possibilita o estabelecimento de uma conduta necessária de tratamento de lesão de órgão alvo sem a necessidade de suas visitas consecutivas ao profissional médico, por exemplo, sendo de grande valor para auxiliar a manejar a pressão assistencial e otimização de recursos.
Além disso, os profissionais da nutrição compõem peça chave para a linha de cuidado do paciente hipertenso. Especialmente para o tratamento não farmacológico e manutenção do controle dos fatores de risco modificáveis.
Para entender melhor o manejo da hipertensão na atenção primária visite essa sessão no Whitebook, nosso aplicativo de tomada de decisão clínica. Além disso, confira aqui no portal as notícias e atualizações mais recentes no manejo da hipertensão.
Referências bibliográficas:
- Barroso, W. K. S., Rodrigues, C. I. S., Bortolotto, L. A., Mota-Gomes, M. A., Brandão, A. A., Feitosa, A. D. D. M., … & Nadruz, W. (2021). Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial–2020. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 116, 516-658.
- Brasil. Ministério da Saúde (MS). Cadernos de Atenção Básica-Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica-Hipertensão Arterial Sistêmica. Brasília: MS; 2014. Nº 37.
Incorreto
Resposta: c) Duas vezes ao ano com o médico e duas vezes com o enfermeiro
A questão traz o caso de um paciente hipertenso que perdeu o seguimento de seu cuidado e decide retomar os seus cuidados de rotina. O comando da questão pede que você determine o aprazamento do cuidado de rotina deste paciente.
Para responder a esta questão devemos primeiramente determinar alguns pontos centrais:
- Qual o estágio da hipertensão de nosso paciente?
- Qual seu risco cardiovascular?
- Qual sua capacidade de autocuidado?
No caso de H., o estágio da hipertensão não pode ser mensurado diretamente pois o valor de medida a que temos acesso é o valor da pressão arterial tratada, mas podemos perceber que o valor dessa média tanto na consulta quanto na MRPA está dentro dos alvos terapêuticos e percebemos ainda que esse alvo foi atingido com o uso de três drogas anti-hipertensivas. O uso de farmacoterapia combinada o categoriza então como estágio maior ou igual a 2, pelo menos, o que irá nos dar pistas valiosas para a tomada de decisão.
Além disso, ao pensarmos no seu risco cardiovascular utilizando o risco cardiovascular global teremos um paciente com alto risco cardiovascular em 10 anos, uma vez que temos um paciente hipertenso minimamente com doença aterosclerótica subclínica pelos valores de LDL-c.
Por fim, percebemos que H. também tem uma boa capacidade de autocuidado, sendo ativo em suas atividades de trabalho e de rotina, com uma alta funcionalidade.
Dessa forma, considerando o grau de severidade de sua condição crônica temos um paciente com grau 3 o que vai demandar visitas quadrimestrais ao médico e ao enfermeiro para o cuidado deste paciente, conforme a diretriz brasileira de hipertensão.
É importante destacar o papel do profissional de enfermagem para o cuidado do paciente hipertenso na atenção primária. A hipertensão arterial sistêmica é um agravo muito prevalente no Brasil, com quase um terço da população tendo o diagnóstico. O estabelecimento dessa linha de cuidado, que quando conduzida reduz a morbimortalidade em virtude da doença, é unicamente possível quando se trabalha de forma multiprofissional. Nesse caso apresentado, a consulta de enfermagem possibilita o estabelecimento de uma conduta necessária de tratamento de lesão de órgão alvo sem a necessidade de suas visitas consecutivas ao profissional médico, por exemplo, sendo de grande valor para auxiliar a manejar a pressão assistencial e otimização de recursos.
Além disso, os profissionais da nutrição compõem peça chave para a linha de cuidado do paciente hipertenso. Especialmente para o tratamento não farmacológico e manutenção do controle dos fatores de risco modificáveis.
Para entender melhor o manejo da hipertensão na atenção primária visite essa sessão no Whitebook, nosso aplicativo de tomada de decisão clínica. Além disso, confira aqui no portal as notícias e atualizações mais recentes no manejo da hipertensão.
Referências bibliográficas:
- Barroso, W. K. S., Rodrigues, C. I. S., Bortolotto, L. A., Mota-Gomes, M. A., Brandão, A. A., Feitosa, A. D. D. M., … & Nadruz, W. (2021). Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial–2020. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 116, 516-658.
- Brasil. Ministério da Saúde (MS). Cadernos de Atenção Básica-Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica-Hipertensão Arterial Sistêmica. Brasília: MS; 2014. Nº 37.