Caso clínico: mulher com massa dolorosa na vagina; qual o diagnóstico?

Paciente feminina, sem comorbidades, nuligesta, sexualmente ativa, comparece à emergência queixando-se de “bola na vagina” e que “não consegue sentar”.

Paciente feminina, 25 anos, branca, solteira, sem comorbidades, nuligesta, sexualmente ativa, comparece à emergência queixando-se de “bola na vagina” e que “não consegue sentar”. Refere surgimento de tumoração em região genital de cerca de 5 cm há três dias, com aumento de tamanho e dor progressivos. Nega febre.

Ao exame: Paciente em bom estado geral, fáscies de dor, taquicárdica, afebril. Massa inflamatória em região vestibular à esquerda, de cerca de 5 cm, intumescida, com flutuação, bastante dolorosa à palpação. Restante do exame físico sem alterações significativas.

Qual o diagnóstico e conduta?

Massa inflamatória, com flutuação, dolorosa em região vestibular da vagina é característica de abscesso da glândula vestibular maior, ou glândula de Bartholin. É um quadro benigno, comum em mulheres jovens, causado por infecção polimicrobiana (aeróbios e anaeróbios) secundária à obstrução do ducto da glândula de Bartholin.

O tratamento consiste primariamente na drenagem do abscesso, que pode ser feita ambulatorialmente ou no centro cirúrgico, a depender da extensão e da tolerância da paciente à manipulação. Pode ser necessário o uso de antibióticos com cobertura polimicrobiana caso haja sinais de celulite em tecidos circundantes. As principais escolhas são sulfametoxazol-trimetoprim, amoxicilina-clavulanato, cefalosporinas de segunda geração ou quinolonas como o ciprofloxacino.

Após a menopausa, os cistos e abscessos da glândula de Bartholin são raros e devem levantar suspeita de neoplasia. O carcinoma da glândula de Bartholin é bastante raro (0,1 casos a cada 100.000 mulheres); predominam os carcinomas escamosos ou adenocarcinomas. Em mulheres com mais de 40 anos de idade, é recomendada drenagem do cisto ou abscesso e biópsia dos sítios suspeitos a fim de excluir malignidade.

Veja outros casos:

Referências bibliográficas:

  • Hoffman et al – Ginecologia de Williams, 2a edição;
  • Berek & Novak – Tratado de Ginecologia, 15a edição.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.