Caso clínico: paciente de 7 meses, crises de tosse

A.R.S.D., 7 meses, sexo feminino apresenta queixa de quadro semelhante a resfriado comum, atualmente com crises de tosse há três dias.

A.R.S.D., 7 meses de idade, sexo feminino, nascida de parto normal a termo sem intercorrências gestacionais (3000 g, 45 cm), cor parda, lactente com dieta suplementar, residente na Pavuna e natural do Rio de Janeiro. Apresentou oito consultas de pré-natal, sem alterações dignas de nota. Trazida pela mãe à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), apresenta queixa de quadro semelhante a resfriado comum, com tosse seca iniciada há sete dias, com quadro progressivo, atualmente com crises de tosse há três dias.

As crises são caracterizadas por tosse, sem incursões respiratórias entre os acessos, seguidas de “falta de ar”, que exigem um período de recuperação de 1-2 minutos em repouso. Cita em torno de vinte crises de tosse nas últimas 24 horas. A mãe refere que a criança também apresenta coriza, além de episódios de vômitos, lacrimejamento e petéquias após as crises, algumas vezes com lábios roxos e “guinchos ou sibilos” inspiratórios. Não aferiu febre. Nega cansaço contínuo da criança, mialgias, artralgias, alterações urinárias ou gastrointestinais, lipotimia, síncope, odinofagia ou outros sinais ou sintomas. Nega episódios prévios, alergias, alteração no ritmo alimentar. Vacinas atualizadas. Vivem em uma casa que possui dois quartos, com luz elétrica e saneamento básico, onde moram seis residentes (pais da criança, três filhos, incluindo A.R.S.D., e a namorada do irmão mais velho).

Ao exame físico, a criança apresenta bom estado geral, algo prostrada, anictérica, acianótica, hipocorada (++/4), hidratada, PA 102 x 70 mmHg, Temp. 37,9 0C, FC 150 bpm, FR 60 irpm, altura 60 cm, peso 9.100 g, perímetro cefálico 40 cm. Apresentou uma crise de tosse no momento da consulta com cianose periorbital temporária e letargia breve posterior. Ao exame pulmonar, estertores crepitantes em base de hemitórax esquerdo e leves sibilos inspiratórios. Percebe-se presença de coriza hialina nasal. Ausência de alterações cardiovasculares, abdominais ou neurológicas.

Aventada como hipótese diagnóstica principal quadro de pertussis (coqueluche). Como diagnósticos diferenciais principais, foram pensados: pneumonia viral (VSR, adenovírus, influenza, parainfluenza, coronavírus, rinovírus, metapneumovírus), pneumonia bacteriana por agentes típicos ou atípicos, aspiração de corpo estranho, rinossinusite, e refluxo gastroesofágico.

Foram solicitados pela equipe assistente: radiografia de tórax PA e perfil, hemograma completo, dosagem da proteína C reativa (PCR), glicemia, teste rápido para HIV.

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