GFMF, sexo masculino, solteiro, 43 anos, hipertenso controlado, marcou uma teleconsulta com seu clínico geral de confiança. Durante a consulta, relatou ao médico que um morador de seu prédio havia testado positivo para o novo coronavírus, motivo pelo qual encontrava-se muito ansioso, embora não apresentasse nenhum sintoma respiratório ou outra queixa.
Estava preocupado, apesar de não ter havido nenhum contato com esse vizinho e estivesse totalmente isolado dentro de casa há quase dois meses (se recordava apenas ter saído de casa há uma semana para tomar a vacina contra a gripe no posto de saúde). Informou que já havia realizado, por iniciativa própria, um “teste rápido” em domicílio feito por um laboratório da rede particular, e que o resultado já encontrava-se disponível.
O motivo principal da consulta seria para que ele pudesse tirar algumas dúvidas sobre o resultado desse exame sorológico. Seu médico o informou que, em virtude de sua história clínico-epidemiológica, não havia nenhuma recomendação de realização da sorologia, mas já que havia feito, solicitou então que mostrasse o exame.
Para a surpresa do médico, o resultado do exame apresentava uma IgM reagente, com IgG não reagente. Frente a esse resultado, o paciente foi informado que havia a possibilidade do mesmo estar no curso de uma infecção aguda/recente pelo novo coronavírus. Já que se encontrava totalmente assintomático, foi orientado a permanecer em isolamento social domiciliar, com monitoramento periódico de sinais vitais. Foi solicitado uma nova sorologia em 14 dias, a fim de verificar a soroconversão. Informado sobre a necessidade de reavaliação do seu quadro clínico, em dias alternados, por meio de teleconsulta.
Durante todo o período recomendado de isolamento, o paciente permaneceu sem sintomas respiratórios e sem queixas. Realizou então nova sorologia (“teste rápido”) duas semanas após o primeiro, e entrou em contato com seu médico para mostrar o resultado. Novamente, para espanto do médico, o resultado de ambas as imunoglobulinas (IgM e IgG) vieram não reagentes.
Caso clínico
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Qual a provável causa da reatividade transitória e isolada da IgM?
Correto
A principal hipótese desse resultado do anticorpo IgM reagente, em virtude do contexto clínico-epidemiológico (paciente previamente em isolamento social, assintomático, sem contato direto com indivíduo sabidamente infectado, vacinação recente para influenza), deve-se, provavelmente, a uma reação-cruzada causada pela vacina contra a gripe.
Os testes sorológicos para o novo coronavírus, sejam eles imunocromatográficos qualitativos (“testes rápidos”), ou por outras metodologias automatizadas semi-quantitativas (ex.: ELISA, quimioluminescência), estão sujeitos a reações cruzadas. A presença de anticorpos heterófilos, infecções por outros vírus e coronaviroses, bem como a vacinação contra a influenza, podem gerar resultados falso-positivos, prejudicando a interpretação do exame.
Os testes sorológicos podem ser utilizados para o auxílio diagnóstico da infecção, porém seus resultados devem ser interpretados com cautela, tendo em vista suas limitações e restrições, bem como da dinâmica da produção dos anticorpos em cada fase da doença. Não deve ser utilizado, isoladamente, como um critério para suspensão do isolamento domiciliar.
Todo resultado de exame laboratorial deve sempre ser interpretado à luz do contexto clínico-epidemiológico de cada paciente. Em caso de resultados não condizentes, deve-se entrar em contato com o Laboratório Clínico, com o auxílio fundamental do médico patologista clínico, para uma melhor interpretação do resultado.
Referências bibliográficas:
Centers for Disease Control and Prvention (CDC). Interim Guidelines for COVID-19 Antibody Testing in Clinical and Public Health Settings [Internet]. (Acessado em 01/06/2020).
Grupo Força Colaborativa COVID-19 Brasil. Orientações sobre Diagnóstico, Tratamento e Isolamento de Pacientes com COVID-19. Versão 01 [Internet]. (Acessado em 01/06/2020).
Pan American Health Organization. Laboratory Guidelines for the Detection and Diagnosis of COVID-19 Virus Infection [Internet]. (Acessado em 01/06/2020).
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial. Métodos Laboratoriais para Diagnóstico da Infecção pelo SARS-CoV-2 [Internet]. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML). (Acessado em 01/06/2020).
Incorreto
A principal hipótese desse resultado do anticorpo IgM reagente, em virtude do contexto clínico-epidemiológico (paciente previamente em isolamento social, assintomático, sem contato direto com indivíduo sabidamente infectado, vacinação recente para influenza), deve-se, provavelmente, a uma reação-cruzada causada pela vacina contra a gripe.
Os testes sorológicos para o novo coronavírus, sejam eles imunocromatográficos qualitativos (“testes rápidos”), ou por outras metodologias automatizadas semi-quantitativas (ex.: ELISA, quimioluminescência), estão sujeitos a reações cruzadas. A presença de anticorpos heterófilos, infecções por outros vírus e coronaviroses, bem como a vacinação contra a influenza, podem gerar resultados falso-positivos, prejudicando a interpretação do exame.
Os testes sorológicos podem ser utilizados para o auxílio diagnóstico da infecção, porém seus resultados devem ser interpretados com cautela, tendo em vista suas limitações e restrições, bem como da dinâmica da produção dos anticorpos em cada fase da doença. Não deve ser utilizado, isoladamente, como um critério para suspensão do isolamento domiciliar.
Todo resultado de exame laboratorial deve sempre ser interpretado à luz do contexto clínico-epidemiológico de cada paciente. Em caso de resultados não condizentes, deve-se entrar em contato com o Laboratório Clínico, com o auxílio fundamental do médico patologista clínico, para uma melhor interpretação do resultado.
Referências bibliográficas:
Centers for Disease Control and Prvention (CDC). Interim Guidelines for COVID-19 Antibody Testing in Clinical and Public Health Settings [Internet]. (Acessado em 01/06/2020).
Grupo Força Colaborativa COVID-19 Brasil. Orientações sobre Diagnóstico, Tratamento e Isolamento de Pacientes com COVID-19. Versão 01 [Internet]. (Acessado em 01/06/2020).
Pan American Health Organization. Laboratory Guidelines for the Detection and Diagnosis of COVID-19 Virus Infection [Internet]. (Acessado em 01/06/2020).
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial. Métodos Laboratoriais para Diagnóstico da Infecção pelo SARS-CoV-2 [Internet]. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML). (Acessado em 01/06/2020).
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Graduação em Medicina pela Universidade Gama Filho (UGF) • Residência Médica em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial pela Universidade Federal Fluminense (UFF) • Membro titular da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) • Pós-Graduado em Medicina do Trabalho pela Faculdade Souza Marques (FTESM) • Responsável Técnico do Laboratório Morales (Grupo Tommasi) • Médico Patologista Clínico do Laboratório Central do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP/UFF) • Médico do corpo clínico do Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras (IETAP).