CBMI 2018 aborda revisão de evidências no uso de ceftazidima-avibactam

Confira a revisão de evidências clínicas e farmacológicas do uso de ceftazidima-avibactam no tratamento de infecções apresentada na CBMI 2018.

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Este ano um antibiótico ganhou destaque no Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI 2018), a ceftazidima-avibactam. No simpósio, apesar dos conflitos de interesse, pois foi patrocinado pela Pfizer, pudemos conhecer melhor a droga, sua importância e indicações.

A adequada cobertura antimicrobiana é essencial, mas pode ser complexa devido a atrasos na identificação dos organismos, impacto da doença critica e terapia baseada no PK/PD, alta prevalência de bactérias MDR. Na palestra, foram dadas algumas dicas de terapia antimicrobiana que podem nos ajudar na prática diária:

  • É recomendada terapia empírica com um ou mais antibióticos que cubra todos os patógenos conhecidos;
  • Aplicação de terapia empírica combinada (pelo menos dois antibióticos de diferentes classes terapêuticas) visando a cobertura de patógenos mais prováveis no choque séptico;
  • Sugeriram que a terapia combinada não seja usada de rotina para tratamento de infecções graves incluindo bacteremia e sepse sem choque;
  • Na sepse, não podemos errar, sendo essencial a adequada cobertura antimicrobiana. Perdemos muitos pacientes porque nossas terapias para bactérias MDR, mesmo as combinadas, são ineficazes. Com isso, surge a necessidade de surgimento de drogas novas.

Como tratar KPC (Klebisiella Pneumoniae carbapenemase)?

  • A maioria (>95%) das KPCs são vistas em infecções causadas por Klebsiela
  • Determinar as MICs para meropenem, aminoglicosideos, polimixina e tigeciclina são cruciais.
  • Uso de meropenem em altas doses desde que o MIC seja menor ou igual a 8 mg/L (a maioria das cepas no Brasil tem MIC > 16 mg/L
  • Polimixina B 25000 a 30000 UI/kg dose de ataque, seguida por 12500 a 15000 UI/kg12/12h, sem ajuste para função renal é usado em associação com aminoglicosídeo e/ou tigeciclina.
  • Tem apresentado resistência crescente às polimixinas.

Nas infecções por Enterobacteriaceae Resistentes a carbapenêmico (CRE) classicamente são utilizadas algumas combinações de antibióticos

  1. Polimixina + carbapenem
  2. Carbapenem + aminoglicosídeo (ITU)
  3. Carbapenem + tigeciclina
  4. Polimixina + tigeciclina

Os desfechos clínicos são de mortalidade elevada. O cenário fica ainda pior no uso de polimixina e tigeciclina em monoterapia. Neste contexto, surge o avibactam, uma nova classe de inibidor de betalactamase não betalactâmico.

Dose, intervalo e tempo de tratamento:

  • Infecção do trato urinário (ITU): 2 g/0,5 g em 8/8h, infundir em 2h, duração 5 a 10 dias.
  • Infecção intra-abdominal: 2g/0,5g 8/8h, infundir em 2h, por 5 a 14 dias.
  • Pneumonia hospitalar / associada à ventilação: 2 g/0,5 g em 8/8h, infundir por 2h, por 7 a 14 dias
  • Se infecção intra-abdominal, deve-se associar metronidazol.

Leia mais: Ceftazidima + avibactam: nova opção de tratamento para pneumonia hospitalar

depressão, antidepressivo

Confira mais publicações sobre a CBMI 2018:

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