CBMI 2018: confira tudo o que você precisa saber sobre dexmedetomidina

A dexmedetomidina foi abordada durante o CBMI 2018. Com base no que foi discutido no evento, seguem nove perguntas e respostas sobre o uso do fármaco.

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O sedativo dexmedetomidina foi abordado durante o Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI 2018). Com base no que foi discutido no evento, seguem nove perguntas e respostas principais sobre o uso do fármaco:

1. Qual o mecanismo de ação da dexmedetomidina?

É um potente agonista alfa-2. A ativação do receptor alfa-2 pré-sináptico diminui a liberação de noradrenalina nas sinapses noradrenérgicas. A nível supraespinhal, os alfa-2 agonistas produzem sedação e hipnose ao interferir na ativação cortical através do locus ceruleus.

A nível espinhal, interferem com a transmissão do sinal doloroso, gerando analgesia. A nível central, inibem sistema simpático responsável pelos efeitos cardiovasculares.

2. Quais as vantagens com relação à clonidina?

  • Maior especificidade ao receptor alfa-2;
  • Maior tempo de meia vida de distribuição e de eliminação;
  • Efeitos hemodinâmicos mais previsíveis e tituláveis.

3. Como a dexmedetomidina pode ser classificada entre os agentes anestésicos?

Por possuir ação sedativa + hipnótica + analgésica + estabilizadora do sistema nervoso simpático, classificar essa droga como isso ou aquilo não contempla todas as suas propriedades.

4. Quais os efeitos colaterais dessa droga?

  • Efeito simpatolítico e vagomimético: diminuição da frequência cardíaca;
  •  Doses altas ativam alfa-2b pós sinápticos gerando vasoconstrição: aumento da pressão arterial;
  • Doses baixas por efeito em alfa-2a pré-sinápticos geram vasodilatação: aumento da pressão arterial.

5. Qual a dose recomendada?

Dose inicial = 1 mcg/kg em 10-20 min seguido por 0,2 a 0,7 mcg/kg/h.

Os efeitos sob PA e FC devem ser considerados para nortear a definição de dose. Caso essas intercorrências se sucedam, deve-se interromper a administração até que ocorra retorno dos valores da PA e FC, e reiniciar a infusão com metade da dose sendo administrada.

6. Qual a interação com os agentes anestésicos?

O uso da dexmedetomidina diminui a necessidade de uso de hipnóticos, opiniões e halogenados. Além de promover economia, contribui para mais segura recuperação.

7. Há alguma contraindicação formal ao seu uso?

A administração deve ser cautelosa em situações como hipovolemia ou volume sistólico fixo, onde há ação simpatolítica pode causar efeito adverso.

8. Qual o benefício da dexmedetomidina nas diferentes fases da anestesia?

  • Período de indução: atenua a resposta hemodinâmica à intubação orotraqueal.
  • Período de manutenção: promove estabilidade hemodinâmica e diminuição no consumo de outros agentes anestésicos.
  • Período de recuperação: contribui na diminuição do tremor, da agitação, da depressão respiratória, da necessidade de analgésicos, da incidência de náuseas e vômitos.

9. Em quais procedimentos a dexmedetomidina está indicada?

Tem sido empregada como droga pré-anestésica, durante a anestesia geral e regional e no pós operatório. Sua ampla indicação se justifica na capacidade de promover estabilidade hemodinâmica sem depressão respiratória.

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Referências:

  • Tardelli ma. Dexmedetomidina em anestesia. Perguntas e respostas. União química hospitalar.

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