Apesar do isolamento e ordens de se ficar em casa durante a pandemia, os casos relatados de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) nos Estados Unidos, incluindo sífilis congênita, embora tenham diminuído inicialmente durante os primeiros meses da pandemia aumentaram em 2020, de acordo com um novo relatório do Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
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Aumento dos casos
As análises mostraram que os casos relatados de gonorreia, sífilis e sífilis congênita superaram os níveis de 2019, enquanto os casos de clamídia diminuíram 13% em relação aos números de 2019. No total, 2,4 milhões de casos de clamídia, gonorreia e sífilis foram relatados em 2020, em comparação com 2,5 milhões em 2019.
Os dados iniciais indicam que os casos de sífilis e sífilis congênita continuaram a aumentar em 2021 também.
Comparando 2016 e 2020, houve um aumento de 235% nos casos de sífilis congênita, um dado que preocupa as autoridades americanas, já que as consequências em longo prazo dessas doenças são graves. Novos dados informam que esse número continua a subir.
Em 2020, 1,6 milhão de casos de clamídia foram relatados, uma queda de 1,6% em relação a 2016. Os casos de gonorreia (677.769) aumentaram 45% em relação aos níveis de 2016, enquanto os casos de sífilis (133.945) também aumentaram, um aumento de 52% em relação aos números de 2016.
Essa redução do número de casos de clamídia provavelmente é devido ao fato de que a doença, muitas vezes, é assintomática e subdiagnosticada.
Notificação
Os dados também mostram disparidades significativas nas taxas de DSTs notificadas. Em 2020, mais da metade (53%) dos casos notificados de DSTs ocorreram entre adolescentes e adultos jovens de 15 a 24 anos.
As disparidades continuam a persistir nas taxas de DSTs relatadas entre algumas minorias raciais ou grupos hispânicos quando comparadas com as taxas entre pessoas brancas não hispânicas. Em 2020, 32% de todos os casos de clamídia, gonorreia e sífilis ocorreram entre negros não hispânicos, enquanto representavam aproximadamente 12% da população dos EUA. Isso provavelmente ocorre devido a diferenças no comportamento sexual e acesso diferenciado a cuidados de saúde sexual de qualidade.
As autoridades de saúde alertam que os números gerais de DSTs podem ser subnotificados, já que a frequência dos serviços de saúde presenciais provavelmente diminuiu no início de 2020 e as equipes foram desviadas para atendimentos à covid-19, o que possivelmente resultou em exames menos frequentes de DSTs.
Por fim, esse relatório publicado pelo CDC afirma que progressos duradouros contra DSTs precisam ser implementados para a redução dos riscos à saúde da população.
4 abr. 2024 
6 min. 
