Choque: como otimizar a perfusão? (parte 2)

O choque é uma diminuição na perfusão tecidual. Na 1ª parte falamos de estratégia para melhora a perfusão. Nessa segunda parte, falaremos de cada agente.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

O choque é caracterizado por uma diminuição na perfusão tecidual, associado a anormalidades celulares e metabólicas. Fluidos, vasopressores, agentes inotrópicos estão entre as ferramentas para combatermos o choque. Porém, elas apresentam efeitos colaterais. Neste contexto, precisamos buscar o equilíbrio no uso das opções que temos disponíveis. Como otimizar a perfusão tecidual e o uso de catecolaminas? Um artigo recente da Critical Care trouxe insights a respeito deste questionamento e iremos ressaltar os principais pontos.

Dividimos este artigo em duas partes. Na primeira, falamos sobre estratégias para melhorar a perfusão e o débito cardíaco. Na segunda parte, falaremos mais especificamente de cada agente e traremos uma proposta de algoritmo de abordagem. Fiquem ligados! 

Que agentes usar?

  • Para aumentar a perfusão capilar, a norepinefrina tem efeitos variáveis e é considerada a medicação de primeira linha.
  • Epinefrina foi associada a um aumento incidência de choque refratário e uma tendência a mortalidade aumentada. Deve ser evitada!
  • Embora os efeitos regionais de norepinefrina e dopamina não difiram, a dopamina é associada a mais efeitos adversos e aumento do risco de morte.
  •  Teoricamente, pode ser interessante considerar vasopressores não adrenérgicos.  É importante ressaltar que a vasopressina, bem como a angiotensina, comporta-se de modo similar ao norepinefrina. 

 CUIDADO! Em altas doses, a vasopressina pode estar associada à necrose digital e hipoperfusão esplâncnica.

 

  • Para aumentar o débito cardíaco, a dobutamina é o agente de escolha.  É caracterizada por uma meia-vida curta e tem efeitos adversos mínimos em doses habituais. Deve ser usada em dose mínima e desmamar assim que possível, devido a efeitos metabólicos em altas doses.

 

  • Inibidores de fosfodiesterase (milrinona) e levosimedan são alternativas não adrenérgicas.  Os inibidores de fosfodieterase apresentam propriedades vasodilatadoras, assim a hipotensão é frequentemente encontrada e, muitas vezes, o uso desses agentes no choque séptico é inviabilizado. Levosimendan, um sensibilizador de cálcio, é uma alternativa atraente. Infelizmente, também está associado a propriedades vasodilatadoras e apresentam meia-vida muito longa. Estas características também dificultam o uso no choque séptico.

 

É importante ressaltar que esses agentes devem ser usados com sabedoria, minimizando as doses, otimizando reanimação com fluidos, considerando agentes alternativos quando possível, e levando em conta a resposta à terapia. Segue um fluxograma de abordagem do choque:

 

Referências:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Tags