“Choro inconsolável”: revisão do tratamento de cólicas em lactentes

O “choro inconsolável” é um dos problemas mais angustiantes da infância, não só para o recém-nascido, mas também para os pais.

O “choro inconsolável” é um dos problemas mais angustiantes da infância, não só para o recém-nascido, mas também para os pais.

A cólica é uma condição benigna e autolimitada, que tende a desaparecer com o tempo. Definida como choro excessivo sem causa aparente que dura mais de três horas por dia e ocorre mais que três vezes por semana, em lactentes menores que três meses. O tratamento visa diminuir o choro e o incômodo e a melhorar a relação do bebê com sua família.

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Várias intervenções para essa condição foram avaliadas em ensaios clínicos randomizados; no entanto, a maioria apresentou deficiências metodológicas, resultando em evidências fracas. Sabe-se que cada uma das técnicas listadas podem funcionar em alguns recém-nascidos porém em outros não, gerando combinações de variedades de intervenções.

O UpToDate separa o tratamento em intervenções de primeira linha e intervenções não comprovadas.

“Choro inconsolável” revisão do tratamento de cólicas em lactentes

Intervenções de primeira linha:

  • Técnicas alimentares: amamentar o bebê na posição vertical e avaliar uso de bicos de mamadeiras antirrefluxo;
  • Técnicas calmantes: mudar de cenário, minimização de estímulos visuais, usar chupetas, segurar o lactente na posição frontal, caminhar e balançar o bebê, banho quente, “massagem” abdominal, “ruído branco”.

(Essas intervenções foram sugeridas por especialistas, podem ser usadas em combinação, são baratas e não prejudiciais, porém não foi comprovada eficácia de nenhuma delas em nenhum estudo randomizado).

Intervenções não comprovadas:

  • Mudanças dietéticas: se bebês alimentados com fórmulas: avaliar alergia à proteína ao leite de vaca, avaliar fórmula extensamente hidrolisada. Não são recomendadas fórmulas com leite de soja ou com fibras. Se bebês em aleitamento materno exclusivo: tentar dieta materna hipoalergênica e sem produtos lácteos; não há estudos que comprovem que a dieta materna está associada a cólicas do lactente;
  • Probióticos: o Lactobacillus reuteri DSM 17938 não é recomendado (talvez diminua o tempo de choro, porém a evidência do benefício é inconsistente). Outros probióticos também não são sugeridos;
  • Lactase: não recomendada;
  • Sacarose: não recomendada;
  • Massagem infantil: não recomendada;
  • Simeticona: não recomendada;
  • Fitoterápicos: não recomendados (nem chá, nem funcho, nem “gripe water” (fitoterápico americano).
  • Homeopáticos: não recomendados;
  • Osteopatia e quiropraxia: não recomendados;
  • Acupuntura: não recomendada.

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Para finalizar, até o momento não há relatado nenhum tratamento promissor para a cólica em lactentes. O acompanhamento com o pediatra para avaliar o bebê e um profissional de psicologia para acalmar os pais são boas estratégias para a ansiedade nesse quadro de dor.

Referências bibliográficas:

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