Cigarro eletrônico x reposição de nicotina: qual técnica é mais eficaz?

Uma pesquisa tentou investigar se cigarros eletrônicos são mais eficazes no auxílio à cessação do tabagismo do que repositores de nicotina. Descubra:

O fumo é associado a diversas complicações de saúde, desde câncer até doenças cardiovasculares, respiratórias e circulatórias. O consumo do tabaco é um mau hábito que, além de piorar a qualidade de vida do fumante, ainda diminui a sobrevida dos usuários, devido às mais de 4500 substâncias tóxicas presentes no tabaco. A luta contra o cigarro é considerada assunto de saúde pública, tanto que foi criado o Dia Nacional de Combate ao Fumo.

A cessação de tabagismo é o passo inicial para uma vida saudável. Entre as mais diversas técnicas que ajudam fumante a largar o vício, as mais conhecidas são adesivos de nicotina, cigarros eletrônicos (proibidos no Brasil), gomas de mascar e pastilhas, também com nicotina.

cessação do tabagismo - cigarro

Cigarro eletrônico x reposição de nicotina

No que tange aos cigarros eletrônicos, ainda não há evidências concretas dos benefícios em relação a outras técnicas de substituição de nicotina na cessação do tabagismo. Um estudo realizado no Reino Unido tentou esclarecer qual dos métodos é mais eficaz no auxílio ao indivíduo que deseja parar de fumar. A pesquisa foi realizada entre 2015 e 2018, e os resultados foram publicados em janeiro de 2019 no The New England Journal of Medicine.

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O levantamento selecionou 886 participantes que manifestaram o desejo de parar de fumar. Foram disponibilizados produtos com base em nicotina, de acordo com a escolha de cada indivíduo, e um maço de e-cigarros para iniciantes. Os indivíduos foram randomizados em dois grupos, o primeiro usou cigarros eletrônicos e o outro utilizou técnicas de reposição de nicotina.

O tempo de follow-up foi de 12 meses. O desfecho primário observado foi abstinência após a análise, os desfechos secundários foram continuidade do tratamento e sintomas respiratórios.

Resultados

Após 1 ano, o índice de abstinência foi de 18% no grupo do cigarro eletrônico e 9,9% no grupo da reposição de nicotina (RR 1,83; IC 95% [1,30-2,58]; P<0,001). No geral, irritação na garganta ou na boca foi mais frequente no grupo do cigarro eletrônico (65,3% vs. 51,2%), e náuseas foram mais relatadas no grupo de reposição da nicotina (37,9%, vs. 31,3%).

Take home message

O estudo concluiu que os cigarros eletrônicos são mais eficazes na cessação do tabagismo do que os produtos de substituição da nicotina. No entanto, apesar dos benefícios relatados, os e-cigarros ainda não podem ser comercializados no Brasil e não há previsão da liberação do uso.

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Referências:

  • HAJEK, Peter et al. A Randomized Trial of E-Cigarettes versus Nicotine-Replacement Therapy. Janeiro 30, 2019. The New England Journal of Medicine DOI: 10.1056/NEJMoa1808779

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