Cirrose: novas recomendações no pré e pós-operatório

A Associação Americana de Gastroenterologia lançou novas recomendações para o manejo de pacientes com cirrose que vão passar por cirurgia; confira as recomendações:

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A cirrose é uma doença crônica mais comum em homens a partir dos 45 anos, mas também pode acometer as mulheres. As principais causas são os efeitos prolongados do alcoolismo ou complicações provocadas pelos vírus da hepatite B ou C e hepatite auto-imune. O manejo do paciente com cirrose requer atenção especial e deve obedecer diretrizes estabelecidas. A Associação Americana de Gastroenterologia (AGA) lançou em outubro novas recomendações para o manejo de pacientes cirróticos que vão potencialmente passar por procedimentos cirúrgicos invasivos em vez de transplante de fígado ou que receberão cuidados no pós-operatório.

Especialistas da AGA atualizaram o guideline anterior para desenvolver novas orientações essenciais na prevenção de eventos cirúrgicos adversos nos pacientes e guiar médicos gastroenterologistas, hepatologistas, e cirurgiões gastrointestinais no manejo desses indivíduos. As novas informações incluem key points como utilização de ferramentas para estratificação de risco cirúrgico, implicações causadas por hipertensão, fatores de risco relacionados ao fígado e problemas coagulatórios ou embólicos.

Leia mais: Cirrose Hepática: apresentação clínica e manifestações clássicas

cirrose

Principais recomendações para o manejo do paciente com cirrose:

No Pré-operatório:

  • Evite cirurgia abdominal em pacientes com ascite causada por cirrose descompensada
  • Cogite uma avaliação no pré-operatório para a possibilidade de transplante de fígado em pacientes com escore de MELD ≥15
  • Cirurgias realizadas próximas ao fígado, como as hepatobiliares, costumam ser as mais arriscadas, logo devem ser realizadas com extrema atenção
  • Não coloque um shunt portossistêmico intra-hepático transjugular (TIPS) antes da cirurgia em pacientes com hipertensão portal
  • Para a avaliação do risco cirúrgico, utilize pelo menos dois sistemas de estratificação de risco, como a classificação de Child-Pugh, a Escala MELD e o Escore da Clínica Mayo
  • Em pacientes com escore Child-Pugh >10 ou escore de MELD > 20, que representa um risco elevado de cirrose descompensada ou morte, a cirurgia deve ser evitada ou adiada até depois do transplante e só deve ser cogitada em casos de extrema urgência.

Cuidados no pós-operatório:

  • A função renal deve ser monitorada constantemente e o excesso no volume de líquidos ou escassez (depleção) devem ser evitados.
  • Tente evitar que o paciente tenha constipação para minimizar episódios de encefalopatia hepática.
  • Evite complicações relacionadas à medicação com o uso de baixa dosagem de opioides, benzodiazepínicos de curta duração e evite os anti-inflamatórios não esteroides.

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Referências:

  • Northup PG et al. AGA Clinical practice update: Surgical risk assessment and perioperative management in cirrhosis. Clin Gastroenterol Hepatol 2018 Sep 28; [e-pub]. (https://doi.org/10.1016/j.cgh.2018.09.043)

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