Como a Covid-19 pode comprometer a saúde a longo prazo?

Já sabemos que a Covid-19 pode afetar uma série de órgãos enquanto se manifesta, mas quais os riscos para a saúde a longo prazo?

Já sabemos que a Covid-19 pode afetar uma série de órgãos enquanto se manifesta, mas quais os riscos para a saúde a longo prazo?

Durante a pandemia, profissionais de saúde reportaram sintomas de exaustão compatíveis com a Síndrome de Burnout, enquanto os pacientes de queixavam intensa adinamia por períodos persistentes, mesmo após a resolução plena dos sintomas clínicos da doença e o aparecimento de anticorpos.

Cerca de 1/4 dos pacientes de Covid-19 podem apresentar quadro de fadiga crônica, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), José Roberto Provenza, em entrevista para a CNN Brasil.

Diversos estudos realizados em centros diferentes apontam a presença de fadiga como um sintoma preponderante de Covid-19, tanto na fase aguda quanto na fase de convalescência.

Entre as abordagens realizadas está a reposição de vitaminas, a suplementação de micronutrientes, como magnésio, zinco e ferro, aminoácidos, como arginina, e o tratamento das lesões orgânicas, como o hipotiroidismo e hipocortisolismo. Diversos pacientes necessitaram de tratamento para as manifestações neuropsiquiátricas.

O exercício físico deverá ser iniciado ou restabelecido de forma gradativa e muito mais lentamente em sua progressão.

Danos neurológicos

Outra sequela já conhecida de infecções que gera longas internações é o dano neurológico. Entram na lista déficits de concentração, alterações de apetite, humor e outros.

De acordo com alguns estudos já publicados em revistas científicas, até 1/3 dos pacientes mais graves demonstra algum grau de comprometimento, mesmo depois de um mês em recuperação em casa.

Pesquisas anteriores à pandemia indicam que até 20% dos indivíduos afetados pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), apresentam déficits cognitivos até cinco anos depois da alta. Entre eles, além de dificuldade de raciocínio e memória prejudicada, surgem sintomas de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático.

Leia também: Covid-19 versus influenza: quais as diferenças entre essas doenças virais?

Sistema respiratório

No sistema respiratório, a Covid-19 pode causar pneumonia, afetando a respiração e a oxigenação. Pode haver complicações na circulação pulmonar devido à formação de coágulos.

“Á longo prazo pode haver desenvolvimento de fibrose e potencialmente sequelas que, talvez, sejam permanentes. Os pacientes com doenças respiratórias prévias têm mais vulnerabilidade e risco de complicações respiratórias”, pontua o pneumologista Pedro Rodrigues Genta, da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Atenção ao coração e rins

A Covid-19 tem uma intensa relação com o coração. Na fase aguda pode gerar arritmias, inflamação do músculo cardíaco e até mesmo descrições de infarto agudo do miocárdio. Á longo prazo, pacientes que tiveram acometimento cardíaco podem ter sequelas como insuficiência cardíaca.

“De uma maneira geral, qualquer paciente com cardiopatia pode ter acometimento grave pela Covid-19. Da mesma forma, pacientes que já tem problemas cardiológicos têm mais chance de desenvolver arritmias e piorar seus déficits”, esclarece o cardiologista Alexandre Soeiro, da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Ainda é cedo para falar de incidência, porém há relatos de insuficiência cardíaca pós-internação por Covid-19. Esse risco aumenta quando há algum transtorno cardiovascular preexistente.

Não existe uma recomendação formal de determinado tipo. O ideal é ter um retorno gradual e assistido com reabilitação realizada por um profissional qualificado.

Veja mais: O isolamento social durante a pandemia de Covid-19 e seu impacto em outras infecções em pediatria

“É importante seguir as mesmas rotinas de cuidados de contato e prestando atenção a essas situações graves de descompensação de complicações”, complementa Alexandre Soeiro.

Muitos pacientes pós-Covid necessitam de cuidados prolongados de uma equipe multidisciplinar.

Quanto aos rins, até 40% dos pacientes que vão para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sofrem com insuficiência renal e precisam de hemodiálise durante a internação.

O pulmão, alvo favorito da enfermidade, costuma demorar mais para se recuperar completamente. Geralmente, leva três meses para a recuperação total. Depois que o vírus vai embora, a inflamação pode persistir por semanas, comprometendo o funcionamento do órgão. Em casos mais graves, podem aparecer fibroses. Quando o pulmão fica prejudicado, o tratamento exige fisioterapia respiratória.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.