Como a vacina da Pfizer contra Covid-19 se comporta em pacientes com doenças reumáticas?

Diversas vacinas têm sido utilizadas no combate à pandemia da Covid-19, dentre elas, a vacina da Pfizer, que utiliza plataforma de mRNA.

Diversas vacinas têm sido utilizadas no combate à pandemia da Covid-19, dentre elas, a vacina da Pfizer, que utiliza plataforma de mRNA, tem sido utilizada em todo o mundo, incluindo o Brasil. Braun-Moscovici et al. publicaram recentemente dados de eficácia e segurança da vacina da Pfizer em pacientes com doenças reumáticas.

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Como a vacina da Pfizer contra Covid-19 se comporta em pacientes com doenças reumáticas?

Métodos

Foram incluídos pacientes consecutivos que receberam a primeira dose da vacina da Pfizer, em um único centro de Israel. A segunda dose foi administrada 3 semanas após a primeira. Os seguintes dados foram coletados: atividade de doença (DAS28), avaliação global do paciente (AGP), avaliação global do médico (AGM) e eventos adversos relacionados à vacina.

Os pacientes foram convidados a realizar sorologias 4-6 semanas após a segunda dose da vacina. Aqueles que não receberam a segunda dose foram excluídos. Um grupo controle foi obtido a partir de pacientes com doenças reumáticas que receberam o diagnóstico de Covid-19  confirmado por RT-PCR para SARS-CoV-2 nos últimos 2 meses.

O desfecho primário analisado foi o desenvolvimento de IgG contra a proteína spike do SARS-CoV-2; não foram realizados ensaios de neutralização para medir anticorpos efetivamente neutralizantes.

Resultados

No total, 264 pacientes vacinados (76% mulheres, média de 57,6 anos de idade, duração média de doença de 11,06 anos) e 26 pacientes recuperados de Covid-19 (73% mulheres, média de 47,3 anos de idade, duração média de doença de 6,53 anos) foram incluídos. Diversas doenças autoimunes/autoinflamatórias foram contempladas, a saber: artrite reumatoide, artrite idiopática juvenil, artrite psoriásica, espondiloartrites, sarcoidose, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica, miopatias inflamatórias, síndrome de Sjörgren, doença mista do tecido conjuntivo, granulomatose com poliangiíte, granulomatose eosinofílica com poliangiíte, arterite de Takayasu, doença de Behçet, poliarterite nodosa, entre outras.

Com relação às medicações em uso, apenas 8,3% no grupo vacinado e 11% no grupo recuperado não estavam em uso de imunossupressores.

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Após a vacinação, 86% dos pacientes apresentaram resposta imune contra o SARS-CoV-2. Dos que não apresentaram resposta humoral (37 pacientes), a maioria estava em uso de rituximabe (24/37=65%); outras medicações em uso eram o abatacepte, belimumabe, micofenolato, anti-IL17, prednisona.

Pacientes que fizeram uso de DMARDs sintéticos convencionais, metotrexato, anti-CD20, anti-interleucinas e idade avançada se associaram com menores níveis de IgG.

Quando comparados com pacientes recuperados de Covid-19, os pacientes vacinados apresentaram níveis de IgG significativamente maiores (6764,27 vs. 2044,8, p < 0,05).

Os eventos adversos registrados foram leves e não houve impacto na atividade da doença de base.

Comentários

Desse modo, percebemos que a vacina da Pfizer é segura em pacientes com doenças reumáticas autoimunes e não se associou com reativação da doença de base. Além disso, ela é eficaz na produção de IgG contra a proteína spike na grande maioria dos pacientes; no entanto, a medicação em uso pode impactar nessa positividade.

Referências bibliográficas:

  • Braun-Moscovici Y, Kaplan M, Braun M, et al. Disease activity and humoral response in patients with inflammatory rheumatic diseases after two doses of the Pfizer mRNA vaccine against SARS- CoV-2. Ann Rheum Dis. 2021. doi:10.1136/ annrheumdis-2021-220503

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