Como eu trato? Curso de atualização em condutas pediátricas em Alergia/Imunologia

Meu objetivo é dividir com vocês os conteúdos e novidades do simpósio intitulado “Como eu trato?”. Vamos começar nosso especial com Alergia/imunologia.

No dia 29 de julho de 2016 foi realizado, pelo departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ, um simpósio intitulado “Como eu trato?”. O objetivo foi abordar as diversas subespecialidades pediátricas, em que os palestrantes apresentavam quadros clínicos e passavam a abordagem prática, demonstrando as condutas realizadas por eles em diversos temas.

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Cada especialidade apresentou, em média, dois casos clínicos na seguinte ordem: Alergia/imunologia, Dermatologia, Gastroenterologia, Infectologia, Reumatologia, Genética, Pneumologia, Cardiologia e Neurologia.

Meu objetivo é dividir com vocês os conteúdos e novidades de maneira sucinta e objetiva, para isso não descreverei todo caso clínico, mas sim a ideia central e a discussão proposta pelos especialistas. Vamos começar nosso especial com Alergia/Imunologia.

  • 1º quadro clínico

O primeiro quadro clínico falava sobre uma criança com dermatite atópica (DA), diagnostica desde os 5 anos de idade. O quadro era típico, apresentando pele xerodérmica, rinite, história familiar positiva e teste cutâneo positivo para Dermatophagoides, com IgE total de 225,4.O tratamento inicial foi realizado com sucesso com controle do ambiente, hidratação cutânea, e imunoterapia subcutânea.

Aos 11 anos, a paciente retornou com quadro de xerodermia grave, lesões exsudativas e sinais sugestivos de infeção secundária na pele. O SCORAD (escore clínico que determina gravidade da DA) foi classificado com grave. Nessa ocasião, foi tratada com hidratação cutânea adequada, antibioticoterapia oral, anti-histamínico e corticoide sistêmico.

Após dois meses, o quadro ainda não estava controlado e optaram por iniciar ciclosporina. Após dois meses do início do imunossupressor sem melhora considerável, foi levantada hipótese de alergia alimentar. Exames para anticorpos específicos para alérgenos alimentares foram realizados com alterações principais nos seguintes alimentos: ovos, trigo, ácaro. Foi indicada terapia de exclusão de leite de vaca e seus derivados, ovo e trigo.

Por se tratar de uma adolescente que fazia sua própria comida, a adesão da dieta não foi a esperada e a criança acabou precisando internar para controle clínico e exclusão completa dos derivados para comprovação terapêutica. A paciente permaneceu internada por duas semanas realizando a dieta adequada e a melhora do quadro cutâneo foi agora muito satisfatória.

Nas considerações sobre o caso clínico foram destacados os seguintes itens:

1 – Associação entre DA moderada e grave com alergia alimentar, principalmente em crianças pequenas.
2 – A possibilidade de sensibilização tardia que pode ocorrer para vários tipos de alimentos.
3 – Inversão da marcha atópica presente no quadro clínico, normalmente ocorre no início da vida quadro de alergia alimentar e eczema e após alguns anos asma e rinite.
4 – A dificuldade da adesão da dieta de exclusão principalmente em adolescentes.
5 – Interpretação cautelosa das IgEs dos alimentos.

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  • 2º quadro clínico

O segundo quadro clínico foi sobre imunodeficiência primária. Criança de 8 anos com quadro de três  pneumonias no último ano (confirmadas, inclusive uma com internação hospitalar evoluindo com derrame pleural e sepse), broncoespasmo recorrente desde lactente em tratamento ambulatorial com bom controle. Nega outras infecções, dermatite atópica, história familiar para imunodeficiências. Com desenvolvimento e crescimento normal.

No momento foi aproveitado o quadro clínico para apresentar os 10 sinais de alertas para imunodeficiências:

1 – Duas ou mais pneumonias no último ano.
2 – Quatro ou mais OMA no último ano.
3 – Estomatite de repetição ou monolíase por mais de 2 meses.
4 – Abscessos de repetição ou ectima.
5 – Um episódio de infecção sistêmica grave(meningite, osteoartrite, septicemia).
6 – Infecções intestinais de repetição e diarreia crônica.
7 – Asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune.
8 – Efeito adverso do BCG e/ou infecção por micobactéria.
9 – Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada a imunodeficiência.
10 – História familiar de imunodeficiência.

O quadro da paciente entrou como alerta de imunodeficiência primária principalmente pelos itens 1 e 5.

Amanhã continuaremos com nosso especial, mostrando os quadros clínicos apresentados para Dermatologia.

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