Como gerenciar melhor a segunda fase do trabalho de parto?

Um estudo recente avaliou se o estímulo ao puxo imediato na segunda fase do trabalho do parto ou puxo tardio resultaria em menores taxas de morbidade. Confira os resultados.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Foi publicado na revista JAMA em outubro de 2018 o resultado do ensaio clínico randomizado Effect of Immediate vs Delayed Pushing on Rates of Spontaneous Vaginal Delivery Among Nulliparous Women Receiving Neuraxial Analgesia, cujo objetivo era avaliar se o estímulo ao puxo imediato na segunda fase do trabalho de parto ou puxo tardio (60 minutos após), resultaria em maiores taxas de parto vaginal espontâneo e menores taxas de morbidade materna e neonatal.

Este ensaio clínico randomizado ocorreu em seis centros médicos dos EUA, entre maio de 2014 e dezembro de 2017, no qual incluíram nulíparas, com 37 semanas ou mais de gestação, admitidas em trabalho de parto ou para indução, sendo submetidas a analgesia neuroaxial.

Leia mais: Ministério da Saúde lança diretrizes de assistência ao parto normal

A randomização ocorria quando as participantes atingiam a dilatação cervical completa. O grupo puxo imediato (n = 1200) era instruído a realizar os esforços imediatamente. As participantes do grupo tardio ​​(n = 1204) foram instruídas a aguardar 60 minutos.

cesariana

Puxo imediato x puxo tardio no parto

Neste ensaio clínico, o desfecho primário foi parto vaginal espontâneo. Os desfechos secundários incluíram a duração total do segundo estágio, duração do impulso ativo, parto vaginal operatório, parto cesáreo, hemorragia pós-parto, corioamnionite, endometrite, lacerações perineais (≥ segundo grau) e morbidade neonatal que incluiu morte neonatal.

Entre 2.414 mulheres randomizadas (idade média de 26,5 anos), 2404 (99,6%) completaram o estudo. A taxa de parto vaginal espontâneo foi de 85,9% no grupo puxo imediato vs 86,5% no grupo tardio, e não houve diferença significativa (diferença absoluta, -0,6% [95% CI, -3,4% para 2,1%]; risco relativo, 0,99 [IC 95%, 0,96 a 1,03]).

Não houve diferença significativa em morbidade neonatal (7,3% para o grupo imediato vs 8,9% para o grupo tardio; diferença entre grupos, -1,6% [IC 95%, -3,8% a 0,5%] e lacerações perineais (45,9% vs 46,4%, respectivamente; diferença entre grupos, -0,4% [IC 95%, -4,4% a 3,6%]).

O grupo puxo imediato teve duração média significativamente menor do segundo estágio em comparação com o grupo tardio (102,4 vs 134,2 minutos, respectivamente; P <0,001), taxas mais baixas de corioamnionite (6,7% vs 9,1%, diferença entre grupos, -2,5% [IC 95%, -4,6% a -0,3%], P = 0,005), e menos hemorragias pós-parto (2,3% vs 4,0%; diferença entre grupos, -1,7% [IC 95%, -3,1% a -0,4%], P = 0,03).

Conclusão

Diante do exposto, entre as mulheres nulíparas que receberam anestesia neuroaxial, o momento da realização do puxo no segundo estágio do trabalho de parto não afetou a taxa de parto vaginal espontâneo. Essas descobertas podem ajudar nas decisões sobre o momento ideal de estimular o puxo no segundo estágio, quando considerado com outros desfechos maternos e neonatais.

É médico e também quer ser colunista do Portal da PEBMED? Inscreva-se aqui!

Referências:

  • Effect of Immediate vs Delayed Pushing on Rates of Spontaneous Vaginal Delivery Among Nulliparous Women Receiving Neuraxial Analgesia Robert L. Barbieri, MD, revisado Cahill AG et al. JAMA 2018 9 de outubro Sperling JD e Gossett DR. JAMA 2018 9 de outubro

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.