Como orientar seu paciente no manejo da asma?

Um novo estudo publicado no BMJ analisou os diferentes modelos de automanejo da asma para determinar qual é o mais eficaz.

A asma é uma doença crônica que, segundo dados publicados no Jornal Brasileiro de Pneumologia, acomete cerca de 300 milhões de pessoas no mundo. Os fatores responsáveis pelo desencadeamento ou piora do quadro são conhecidos como “gatilhos”. Uma das principais intervenções recomendadas é o manejo da doença pelo próprio paciente, a partir das orientações médicas.

Um novo estudo, publicado no BMJ, analisou os diferentes modelos de automanejo da asma para determinar qual é o mais eficaz.

LEIA TAMBÉM: Mortalidade por asma em crianças e adolescentes no Brasil

médico explicando ao paciente sobre o manejo da asma

Automanejo da asma

Pesquisadores realizaram uma revisão sistemática e metanálise com as seguintes bases de dados: Medline, Cochrane Library, CINAHL, EconLit, Embase, Health Economics Evaluations Database, NHS Economic Evaluation Database, PsycINFO e ClinicalTrials.gov; entre 2000 e 2019.

Para esse estudo, 105 ensaios clínicos randomizados, totalizando 27.767 participantes, envolvendo diferentes tipos de autocuidado para asma foram incluídos, com desfechos primários de uso de serviços de saúde (internação ou consulta de emergência) e qualidade de vida.

Método mais eficaz no autocuidado da asma

Os modelos de manejo da doença pelo próprio paciente analisados nesse estudo foram:

  • Manejo multidisciplinar envolvendo planos de ação;
  • Automanejo com suporte regular (mais de 2 horas totais de consultas médicas em intervalos regulares);
  • Automanejo com suporte mínimo (menos de 2 horas totais de consultas médicas em intervalos regulares);

Esses modelos foram comparados a cuidados usuais e educação do paciente.

LEIA TAMBÉM: Abordagem prática da asma grave em crianças e adolescentes

Uso de serviços de saúde: para o desfecho de necessidade de serviços de saúde, manejo multidisciplinar (diferença média de -0.18, IC 95%: -0.32 a -0.05) e automanejo com suporte regular (-0.30; -0.46 a -0.15) apresentaram resultados significativamente melhores.

Qualidade de vida: para qualidade de vida, automanejo com suporte regular (0.54; 0.11 a 0.96) mostrou um benefício estatisticamente maior.

Crianças e adolescentes (5 a 18 anos): automanejo com suporte regular mostrou benefícios estatisticamente significativos para o desfecho de uso de serviços de saúde (-0.21; -0.40 a -0.03) e qualidade de vida (0,23; 0,03 a 0,48).

Pacientes graves: o manejo multidisciplinar de casos (-0,32; -0,50 a -0,16) e automanejo com suporte regular (-0,32; -0,53 a -0,11) foram mais eficazes na redução do uso de cuidados de saúde.

Pelos resultados, os pesquisadores concluíram que o autocuidado com suporte regular pode reduzir a necessidade do uso de serviços de saúde e melhorar a qualidade de vida em todos os níveis de gravidade da asma.

LEIA TAMBÉM: Asma deveria mesmo ser considerada fator de risco para Covid-19?

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • Hodkinson Alexander, Bower Peter, Grigoroglou Christos, Zghebi Salwa S, Pinnock Hilary, Kontopantelis Evangelos et al. Self-management interventions to reduce healthcare use and improve quality of life among patients with asthma: systematic review and network meta-analysis BMJ 2020; 370 :m2521

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades

Tags