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A situação de rua é definida como um grupo heterogêneo de pessoas que vivem em pobreza extrema, possuem vínculos familiares fragilizados/interrompidos e que não possuem moradia convencional regular (de forma temporária ou permanente). Infelizmente, esse contexto ainda é muito prevalente em nosso país. Como as pessoas nesta situação tão complexa e particular devem ser cuidadas? Como deve ser a comunicação com as mesmas?
O nosso modelo de ensino médico atual coloca, muitas vezes, o profissional no centro do cuidado e não o próprio indivíduo. Ele também nos ensina a sermos eficientes, rápidos e prontos para o mercado de trabalho. Por isso, as relações humanas médico-pessoa são cada vez mais desencorajadas, e tornam-se cada vez mais escassas e rasas.
No cuidado de pessoas em situação de rua, é perceptível que o mais importante não é seguir grandes “guidelines”, saber fazer a melhor prescrição, realizar um diagnóstico preciso. Mas, muitas vezes, é o toque, o olho no olho, comunicação não-verbal coerente, uma relação de iguais e não hierarquizada que fazem a diferença. Porque é isso que eles esperam de nós, profissionais de saúde. Desta forma, além das abordagens contendo Método Clínico Centrado na Pessoa e Entrevista Motivacional, alguns passos devem ser seguidos sempre, para que se conquiste a confiança da pessoa que está sob nosso cuidado:
Além das atitudes citadas acima, muitas outras podem e devem ser tomadas de acordo com as particularidades de cada situação (por exemplo, utilizando recursos locais, como amigos, líderes das comunidades etc.), buscando sempre o aumento do vínculo médico-pessoa, o que torna o cuidado mais satisfatório. Cabe citar que, geralmente, após a edificação de um vínculo forte, o profissional será sempre a referência daquele paciente, e este o procurará sempre que precisar de algo.
Por fim, merece uma reflexão o acesso restrito que essa população tem aos serviços de saúde. Por exemplo, a necessidade de acompanhantes para internações, endereço e telefone para cadastramento nos sistemas informatizados e para cadastro nas unidades de saúde de atenção primária, pouco ou nenhum treinamento dos profissionais nas particularidades da situação de rua, dificuldade de longitudinalidade do cuidado devido a constantes mudanças de local de moradia e horários de atendimento incompatíveis com os horários para “sobrevivência na rua”, entre outros.
Referências:
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