Complicações de procedimentos estéticos dermatológicos

A procura por procedimentos estéticos aumenta a cada dia no mundo. Entretanto, o número de complicações também tende a aumentar. 

A procura por procedimentos estéticos minimamente invasivos aumenta a cada dia no mundo, por serem seguros e eficazes. Entretanto, o número de complicações também tende a aumentar.  Abordaremos os eventos adversos de três procedimentos dermatológicos populares: peeling químico, toxina botulínica e preenchimento com ácido hialurônico.

Complicações de procedimentos estéticos dermatológicos

Peeling químico

Consiste na aplicação de agentes que provocam uma destruição das camadas superficiais da pele, regenerando-a. É indicado no tratamento de acne, manchas e fotoenvelhecimento. Pode ser superficial, médio ou profundo.

Os efeitos adversos possíveis em qualquer tipo de peeling incluem: edema, queimação, eritema, dor, prurido, hipo ou hiperpigmentação, recorrência de herpes simples, lesões oculares, reações alérgicas, infecção, acne e cicatrizes. Esses eventos são mais comuns em peelings profundos e em fototipos mais altos, o que torna a escolha individualizada do agente químico essencial.

Existem ainda efeitos colaterais raros, porém possíveis com agentes específicos como fenol (cardiotoxicidade), ácido salicílico e resorcinol (sintomas gastrointestinais, respiratórios, tremores, sonolência, cefaléia e bradicardia).

Toxina botulínica

As complicações costumam ser leves e transitórias, como edema, eritema, dor, hematomas e cefaleia. O procedimento é contraindicado em gestantes, indivíduos com hipersensibilidade ao produto, presença de infecção no sítio da injeção e em portadores de doenças neuromusculares.

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Complicações oculares indesejáveis incluem ptose da sobrancelha e da pálpebra superior, ectrópio, diplopia, xeroftalmia e lagoftalmia. Elas são evitadas pela técnica adequada de aplicação, evitando-se doses muito altas e injeções profundas e muito próximas à margem supraorbital. Já no pescoço e região inferior da face as complicações possíveis são ptose labial, assimetrias, xerostomia, disfagia, disartria e fraqueza no pescoço.

Preenchimento com ácido hialurônico

É uma técnica segura e eficaz para reposição do volume facial, melhora do contorno, flacidez e suavização de rugas. Necessita de injetor experiente, pois é um dos procedimentos estéticos dermatológicos que apresenta as complicações mais temíveis (ainda que raras). As reações adversas mais comuns são leves e temporárias e incluem dor, edema, eritema e equimoses no sítio da injeção. A técnica asséptica deve ser rigorosa para evitar infecções e formação de biofilme.

Já complicações decorrentes de técnica inadequada podem resultar em nódulos palpáveis e na injeção intravascular inadvertida, que pode causar necrose cutânea, cegueira e acidente vascular. Áreas altamente vascularizadas como glabela, nariz e têmporas são de maior risco, e por isso o injetor deve ter domínio do conhecimento anatômico. O uso de cânulas grossas (tamanho 22) ao invés de agulhas, técnicas de injeção lenta e com baixos volumes são medidas para minimizar esse risco. Em caso de palidez da pele ou alterações visuais o tratamento com hialuronidase deve ser iniciado imediatamente.

Conclusão

Os procedimentos estéticos estão se tornando cada vez mais populares, e esse aumento na demanda também gera maior frequência de complicações. São considerados seguros e eficazes desde que o profissional tenha domínio do conhecimento anatômico, da técnica de aplicação e do manejo de complicações, em pacientes sem contraindicações e com produtos certificados.

Referências bibliográficas:

  • Goodman G.J. et al. Facial aesthetic injections in clinical practice: Pretreatment and posttreatment consensus recommendations to minimise adverse outcomes. Australas J Dermatol. 2020 Aug; 61(3): 217–225. doi: 10.1111/ajd.13273
  • Kassir M et. al. Complications of botulinum toxin and fillers: A narrative review. J Cosmet Dermatol. 2020 Mar;19(3):570-573. doi10.1111/jocd.13266
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  • Costa I.M.C et al. Review in peeling complications. J Cosmet Dermatol. 2017 Sep;16(3):319-326. doi10.1111/jocd.12329

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