Concentração de peptídeo natriurético no início da gravidez e desenvolvimento de distúrbios hipertensivos

Os distúrbios hipertensivos da gravidez têm uma alta incidência no Brasil e no mundo. Estão associados a complicações cardiovasculares.

Os distúrbios hipertensivos da gravidez têm uma alta incidência no Brasil e no mundo. Estão associados a complicações cardiovasculares com prejuízo à qualidade de vida, além de aumento na morbidade e mortalidade da mulher. Essas complicações cardiovasculares podem estar relacionadas à disfunção cardíaca subclínica antes da gravidez levando à adaptação prejudicada no período gestacional. Os peptídeos natriuréticos são biomarcadores promissores para detectar disfunção cardíaca subclínica fora da gravidez, podendo melhorar a assistência prestada às mulheres e diminuindo a morbidade e mortalidade.

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Concentração de peptídeo natriurético no início da gravidez e desenvolvimento de distúrbios hipertensivos

Análise recente

Em janeiro de 2022 foi publicado um estudo de coorte no JAMA, com objetivo de investigar se concentrações mais altas de peptídeo pró-natriurético cerebral N-terminal (NT-proBNP) no início da gravidez estaria associado a distúrbios hipertensivos da gravidez e hipertensão de dois a sete anos após o parto. Foram utilizados dados do The Nulliparous Pregnancy Outcomes Study (Estudo da Saúde do Coração das Futuras Mães); um estudo prospectivo e observacional multicêntrico. Um total de 4.103 mulheres nulíparas com dados completos e sem hipertensão pré-gestacional ou diabetes foram incluídos. As mulheres foram acompanhadas por dois a sete anos após a gravidez.

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Um total de 4.103 mulheres preencheram os critérios de inclusão; a média de idade foi de 27 anos. Entre essas mulheres, 909 (22,2%) tiveram um resultado adverso da gravidez e 817 (19,9%) apresentaram hipertensão na consulta de seguimento. Concentrações mais altas de NT-proBNP foram associadas a um menor risco de distúrbios hipertensivos da gravidez (razão de chances ajustada por duplicação, 0,81; IC 95%, 0,73-0,91), que persistiu após ajuste para idade, etnia, índice de massa corporal no início da gravidez, tabagismo e uso de aspirina. Similarmente, maior concentração de NT-proBNP no início da gravidez também foi associada a um menor risco de hipertensão incidente de dois a sete anos após o parto (razão de chances ajustada por duplicação, 0,84; 95% CI, 0,77-0,93), uma associação que persistiu após o controle de fatores de confusão, incluindo distúrbios hipertensivos da gravidez.

Conclusão

Os resultados deste artigo trazido hoje para discussão mostram que a dosagem de NT-proBNP no início da gravidez pode predizer o risco das pacientes em desenvolverem distúrbios hipertensivos gestacionais e hipertensão crônica pós gestação. Ao classificar a paciente de alto risco, a mesma pode dar seguimento no pré-natal específico para sua condição, diminuindo morbidade e mortalidade do binômio mãe e feto.

Referência Bibliográfica

  • Hauspurg A, Marsh DJ, McNeil RB, et al. Association of N-Terminal Pro–Brain Natriuretic Peptide Concentration in Early Pregnancy With Development of Hypertensive Disorders of Pregnancy and Future Hypertension. JAMA Cardiol. Published online January 19, 2022. doi:10.1001/jamacardio.2021.5617

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