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Sintomas comuns como vermelhidão, dor nos olhos e sensibilidade à luz podem gerar um diagnóstico errado de conjuntivite, doença caracterizada pela inflamação da conjuntiva, causada por agentes tóxicos, alergias, bactérias ou vírus. Isso porque esses mesmos sintomas podem caracterizar a presença de uma uveíte, caracterizada pela inflamação da úvea (constituída pelo conjunto da íris, membrana coroide e pelos processos ciliares), com diferentes causas e que, se não diagnosticada e tratada a tempo, pode afetar a visão para sempre.
“A principal diferença entre as duas enfermidades é o local exato da sua manifestação. Enquanto a uveíte se manifesta (na maioria das vezes) dentro do olho, a conjuntivite se concentra sempre na área externa, chamada de conjuntiva”, diferencia o oftalmologista Haroldo Vieira de Moraes Jr., chefe do setor de Uveítes do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ (HUCFF/UFRJ).
Sintomas da uveíte
- Sensibilidade à luz (fotofobia);
- Olho vermelho (hiperemia);
- Dor no olho;
- Eventualmente, pode acontecer algum déficit visual.
Principais causas
A toxoplasmose, a sífilis, a tuberculose e até mesmo as doenças autoimunes estão entre as principais causas no país da uveíte. “Estudos apontam que pessoas imunodeprimidas (por doença ou medicamentos) e com grande carga de estresse emocional podem ser mais susceptíveis. Condições socioeconômicas desfavoráveis também podem contribuir para o aparecimento de doenças infectocontagiosas que causem a uveíte”, esclarece Haroldo Vieira de Moraes Jr., que também é membro titular da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Diagnóstico correto
Para diagnosticar corretamente a uveíte, os médicos oftalmologistas devem realizar um exame oftalmológico especializado, com a ajuda de exames complementares, como exames de sangue e de imagem, com aparelhos que observam o fundo de olho e até testes oftalmológicos mais refinados.
Leia mais: Como é a abordagem da conjuntivite na atenção primária?
Ao contrário da conjuntivite, a uveíte não é contagiosa, mas também pode voltar na forma crônica. Por isso, é fundamental que os médicos alertem os seus pacientes para o risco de uma automedicação, pois somente um exame clínico especializado pode diferenciar um caso do outro.
Tratamento
“Quando identificado o agente causal, utiliza-se uma medicação específica. Quando não é identificado, podemos usar uma medicação anti-inflamatória potente, podendo chegar até aos modernos imunomoduladores”, indica o especialista.
Recentemente, foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) um remédio para uveíte chamado Adalimumabe, que atua diminuindo a autoagressão causada em doenças autoimunes, ao não reconhecer partes do próprio corpo como suas.
Riscos
Sem o tratamento correto, a uveíte pode avançar e provocar complicações sérias. Ela pode dar passagem para o aparecimento da catarata e do glaucoma, por exemplo, ou ainda alterar a anatomia do olho, o que também acarreta em perda da visão.
“Por ser considerada uma doença negligenciada e com alta capacidade de cegueira, necessitamos de maiores recursos para formação de pessoal especializado e de centros de referência para prevenção de cegueira, tanto para a divulgação das informações quanto para o tratamento adequado e a tempo, pois a uveíte atinge todas as faixas etárias, em especial a faixa produtiva, gerando incapacidade funcional e alto custo psicológico-familiar e para a sociedade”, alerta Haroldo Vieira de Moraes Jr.
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Autor:
Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá (UNESA), pós-graduada em Comunicação com o Mercado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e em Gestão Estratégica da Comunicação pelo Instituto de Gestão e Comunicação (IGEC/FACHA)
Referências: