Consulta de enfermagem à criança com obesidade: saiba tudo sobre anamnese e exame físico

A obesidade infantil é considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, acometendo diversos países. Saiba mais.

A obesidade infantil atualmente é considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, acometendo diversos países independente do seu nível econômico. A doença é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal durante  período da infância ou adolescência, impactando em vários sistemas orgânicos e aumentando o risco de outras comorbidades, inclusive na vida adulta, como diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia, doenças cardiovasculares, dentre outros.

A etiologia pode estar relacionada à associação de diversos fatores dentre eles aspectos genéticos, hábitos nutricionais, estilo de vida, aspectos metabólicos, psicossociais, ambientais. Diante da etiologia multifatorial e dos impactos que a obesidade infantil pode acarretar a curto, médio e longo prazo, é extremamente importante que na consulta de enfermagem, o enfermeiro conduza de forma mais detalhada sua anamnese, para identificar os diagnósticos de enfermagem e traças as condutas necessárias.

obesidade

Woman standing on a scale

O que investigar na anamnese?

  • Histórico da doença: história de ganho de peso durante a infância/adolêncencia; início do quadro e obesidade; investigar possíveis fatores desencadeantes ambientais, psicossociais; tratamento e exames realizados até o momento, acompanhamento com outros profissionais; queixas atuais, sinais e sintomas; compreenssão da família acerca do quadro de saúde, quadros de saúde associados; padrão de sono, presença de roncos, apneia do sono, respiração oral durante o sono; alterações comportamentais, investigar episódios de bullyng na escola;
  • Histórico de saúde anterior: histórico gestacional, informações do nascimento, peso ao nascer, intercorrências, internações, outras doenças diagnosticadas, depressão, ansiedade, distúrbios alimentares, evolução do ganho de peso no primeiro ano de vida; uso de medicações (anti-histamínicos, corticosteroides e imunossupressores, psicotrópicos, entre outros), aleitamento materno, tempo de aleitamento, uso de fórmula infantil, processo de introdução alimentar e seus aspectos em relação a qualidade e quantidades dos alimentos; ingesta de alimentos açucarados (biscoitos, doces, yougurts, refrigerantes, bolos, balas, chocolates, etc;);
  • Histórico familiar: quadro de obesidade infantil na família, doenças cardiovasculares precoces; investigar risco familiar aumentado para doenças cardiovasculares em pais, avós, irmãos e tios; investigar ocorrências de outras doenças como hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes e tabagismo.
  • Hábitos alimentares: Aspectos qualitativos e quantitativos da alimentação, rotina alimentar, composição de cada refeição, local onde costuma se alimentar, contato com telas durantes as refeições, presença da família nessas momentos, intervalo entre as refeições, quantidade de refeições por dia, duração média de cada refeição, ingestão de líquidos, consumo de sobremesas; ingestão de doces e outros alimentos açucarados, gordurosos, distúrbios alimentares associados.
  • Hábitos de vida diários: realização de atividades físicas, esportes, atividades escolares, como é a rotina diária, desempenho nas atividades, cansaço aos mínimos esforços, investigar ingestão de substâncias químicas como álcool e drogas ilícitas em adolescentes, tabagismo, atividades de lazer, uso de computadores, telas, videogame, etc.

Obesidade infantil: vamos falar sobre e como evitá-la?

Aspectos importantes durante o exame físico da criança com obesidade

O exame físico deve ser realizado de forma completa, contemplando todos os sistemas na busca por sinais que possam caracterizar outras condições associadas à obesidade. É importante que os dados antropométricos (peso, altura e circunferência abdominal) sejam averiguados com instrumentos adequados de acordo com a idade e estejam calibrados. Para melhor interpretação, o índice de Massa Corporal deve ser calculado, e os dados transferidos para os gráficos correspondentes de peso, altura/comprimento e IMC, de acordo com sexo e idade.

Os sinais vitais devem ser verificados, principalmente a pressão arterial pelo risco aumentado de hipertensão. Dados epidemiológicos demonstraram que cerca de 30% das crianças e adolescentes com obesidade são hipertensas. A criança deve estar tranquila, sem ter realizado esforço previamente como correr ou subir escadas e o manguito deve ser escolhido de forma adequada.. A inspeção geral é importante para identificação das regiões de acúmulo de gordura, afecções da pele e alterações ortopédicas que também podem estar presentes, como genu valgum.

No aplicativo Nursebook, você encontra gratuitamente a descrição da assistência de enfermagem à criança obesa, com diagnósticos e condutas.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Weffort VRS. Lamounier JA. Aspectos epidemiológicos, clínicos, metabólicos da obesidade na infância e na adolescência. In: Weffort VRS. Lamounier JÁ. Nutrição em pediatria: da neonatologia à adolescência. 2ª. ed. Barueri. SP. 2017.
  • Oliveira, FLC, Weffort, VRS, Escrivão, MAMS, Norton, RC, Pimenta, PF. Diagnostico de obesidade. Manual de obesidade. Departamento científico de Nutrologia. Sociedade Brasileira de Pediatria. 2012.
  • Weffort VRS, et al. Sociedade Brasileira de Pediatria – Departamento de Nutrologia Obesidade na infância e adolescência – Manual de Orientação / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. 3ª. Ed. – São Paulo: SBP. 2019