Coração, o maior vilão para as sobreviventes do câncer de mama

Pesquisadores afirmaram que quanto mais tempo um paciente sobrevive de um câncer de mama, mais próximo ele está de morrer por uma causa não ligada.

Em artigo publicado em dezembro no Journal of Cancer, pesquisadores americanos afirmaram que quanto mais tempo um paciente sobrevive de um câncer de mama, mais próximo ele está de morrer por uma causa não ligada ao câncer, sendo a mais comum a doença cardíaca.

O estudo envolveu mais de 750.000 mulheres com diagnóstico de câncer de mama em 15 anos a partir da virada do século.

monitor de ecg ao lado de folha de paciente com câncer de mama

O câncer e a doença cardíaca

A proporção de mortes não ligadas ao câncer passava de 28% em sobreviventes de um ano para acima de 60% em sobreviventes com mais de 10 anos, nas quais notou-se serem mais comuns a doença cardiovascular e a de Alzheimer do que entre a população geral. 23,6% das mulheres que morreram com mais de 10 anos do diagnóstico de câncer de mama, morreram devido à doença , enquanto 15,5% morreram devido a outros cânceres e 60,9% por causas não ligadas a câncer.

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A doença cardíaca foi a causa mais comum (19,3%), seguida da doença de Alzheimer (5,2%) e DPOC (4,9%). A alta incidência de doenças cardíacas nesse grupo parece estar relacionada à quimioterapia e à radioterapia que podem ter sido utilizadas no tratamento das pacientes. Quimioterapia com antraciclinas e outras que são mais direcionadas – as terapias direcionadas HER2 podem ser tóxicas para o coração. Chamamos atenção para aqueles tratamentos com radioterapia, principalmente sobre a mama esquerda, que são relacionados com doença coronariana.

Comparando-se à população geral, as mulheres com câncer de mama apresentam maior risco de morte por septicemia e por outras causas infecciosas e parasitárias no primeiro ano de diagnóstico. Pacientes com 5-10 anos de doença podem ter maior risco de morte por doença hepática crônica e cirrose. O grupo também notou que entre mulheres diagnosticadas com câncer de mama nas idades de 50 a 64 anos o risco de suicídio era significativamente mais alto do que na população geral passados mais de dez anos do diagnóstico.

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Essas noções permitem um aconselhamento para essas pacientes para um seguimento e acompanhamento de um cardiologista ou de um neurologista se necessário.

Os achados desse estudo devem ser lembrados para pensarmos mais em prevenção primária e secundária cardiovasculares nessas pacientes.

Referências bibliográficas:

  • Heart Disease Biggest Killer Among Breast Cancer Survivors – Medscape – Dec 23, 2019.

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