Um grande estudo acompanhou indivíduos por dois anos para determinar o impacto da correção de fatores de risco modificáveis na probabilidade de desenvolvimento de demência.
No estudo duplo-cego, randomizado e controlado, pesquisadores recrutaram indivíduos de 60 a 77 anos, com risco cardiovascular e cognição no nível médio ou ligeiramente menor do que o esperado para a idade.
Os autores atribuíram, aleatoriamente, os participantes em uma proporção de 1:1 para uma intervenção multidomínio de dois anos (dieta, exercício, treinamento cognitivo e monitoramento de risco vascular) ou um grupo de controle (conselho geral sobre saúde). O desfecho primário foi a mudança na cognição, medido através de testes neuropsicológicos.
No total, 1.260 indivíduos participaram do estudo, sendo 631 no grupo de intervenção e 629 no de controle. A mudança média na cognição ao final dos dois anos foi de 0,20 (SE 0,02 / SD 0,51) no grupo de intervenção e 0,16 (0,01 / 0,51) no grupo de controle. A diferença entre os grupos por ano foi 0,022 (95% IC 0,002 – 0,042 / p = 0,030).
Ocorreram eventos adversos em 7% participantes do grupo de intervenção em comparação com 1% no grupo de controle. O mais comum foi dor musculoesquelética (5% no grupo de intervenção vs. nenhum no de controle).
O grupo de intervenção apresentou melhor desempenho na capacidade cognitiva global, velocidade de processamento e função executiva. Os achados sugerem que uma intervenção multidomínio em populações em risco podem melhorar ou manter o funcionamento cognitivo.
Referências:
- A 2 year multidomain intervention of diet, exercise, cognitive training, and vascular risk monitoring versus control to prevent cognitive decline in at-risk elderly people (FINGER): a randomised controlled trial. The Lancet. DOI: https://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60461-5.