Covid-19: Conheça quatro métodos de imunização em desenvolvimento

Mundialmente cientistas correm para encontrar uma vacina contra a Covid-19. Geralmente, a criação de uma ferramenta de imunização é um processo demorado.

Cientistas de todo o planeta estão realizando testes para encontrar uma vacina contra a Covid-19. Geralmente, a criação de uma ferramenta de imunização é um processo lento e complexo, que costuma demorar até mais de uma década para ser desenvolvida com segurança e eficácia.

Contudo, com tamanha mobilização mundial e dinheiro sendo investido no desenvolvimento de uma solução, é possível que a vacina contra o novo coronavírus seja a mais veloz da história da ciência.

Ouça também: Dia da Imunização: como é a produção de uma nova vacina e o que falta para vacina da Covid-19? [podcast]

Várias vacinas estão sendo desenvolvidas na busca pela imunização contra a Covid-19

A busca pela imunização contra a Covid-19

Há centenas de laboratórios de diferentes nacionalidades em processo de testes para ser o primeiro a criar uma nova vacina neste momento, com algumas delas já em fases mais avançadas.

Para tanto, os cientistas estão apostando em métodos diferentes para chegar até a esse resultado. Confira abaixo as quatro principais técnicas em uso para o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19.

Vacina genética para Covid-19

A vacina mRNA-1273, que está sendo desenvolvida pela Moderna Therapeutics, localizada em Massachusetts, nos Estados Unidos, está “treinando” o sistema imunológico para gerar uma resposta para combater o vírus e prevenir a Covid-19.

Os cientistas injetam material genético para que a própria célula humana possa produzir proteínas virais, o que pode gerar resposta do sistema imunológico.

Na fase 2, foram realizados testes com 600 voluntários, que receberam um placebo ou uma das duas dosagens da vacina. Os cientistas estão verificando os efeitos colaterais e analisando como os participantes respondem a diferentes doses.

A expectativa é que 30 mil pessoas participem da próxima testagem, na fase 3, que deve começar em julho deste ano.

A boa notícia é que essa técnica é fácil e rápida de ser produzida. No entanto, ainda não há uma vacina desenvolvida e aprovada para humanos utilizando esse método até hoje.

Vacinas com vetores virais

A vacina desenvolvida pelos cientistas do Instituto Jenner, da Universidade de Oxford, utiliza vetores virais para descobrir a vacina contra a Covid-19. Ensaios anteriores de inoculações semelhantes — incluindo uma no ano passado contra um coronavírus anterior — se mostraram inofensivas para os seres humanos.

Essa grande vantagem permitiu que a pesquisa avançasse e que fossem agendados testes envolvendo mais de 6 mil pessoas até o final de junho.

A esperança é que, com a aprovação emergencial dos órgãos reguladores, os primeiros milhões de doses desta vacina poderão estar disponíveis até setembro desde ano, garantindo a imunização contra Covid-19 para as pessoas mais expostas.

Nesta vacina está sendo utilizado um adenovírus geneticamente alterado para ser incapaz de produzir doenças no organismo humano, que também recebe a parte do código genético do novo coronavírus.

Quando injetado no organismo, o vírus apenas produz a proteína que deve ser bloqueada pelo sistema imunológico, não infectando o indivíduo com a Covid-19.

A vantagem desse método é que a resposta imunológica a um vírus ativo costuma ser mais forte. Isso é importante porque uma dose pode ser o suficiente, o que pode ser a melhor saída para terminar mais rapidamente com a pandemia.

Entretanto, essa técnica também é experimental e nunca foi aprovada para o uso em humanos antes.

Saiba mais: Testes com vacina contra Covid-19 são autorizados no Brasil

Imunização através do Vírus atenuado

Esse método de vacina é um dos mais tradicionais, consiste no uso do próprio vírus atenuado ou inativado.

A Sinovac Biotech, empresa chinesa de biotecnologia, afirma que, pela primeira vez, uma vacina contra o novo coronavírus protegeu um animal, um macaco-rhesus, da infecção sem efeitos colaterais óbvios.

Um grupo de oito animais foi vacinado com duas doses diferentes e, três semanas depois, tiveram a doença inserida em seus pulmões, mas nenhum deles desenvolveu a Covid-19.

Como se lida com o vírus real, testes de segurança são fundamentais para garantir que as pessoas vacinadas não ficaram doentes pela enfermidade que estão tentando se imunizar.

Essa é uma técnica amplamente conhecida, testada e aprovada. Existem diversas vacinas que utilizam esse método para gerar imunidade contra diversas doenças, como gripe, varíola, poliomielite, catapora, sarampo e febre amarela.

Contudo, essa vacina é muito mais difícil de ser produzida em massa, pois seria necessária a produção de gigantescas quantidades do vírus para depois atenuá-los ou inativá-los. E em tempos de pandemia, o tempo para conseguir a imunização contra Covid-19 é precioso!

Vacina para Covid-19 baseadas em proteínas

Neste tipo de vacina, os cientistas trabalham com partículas que contêm fragmentos de proteínas virais. Neste caso, o que é criado em laboratório é um invólucro do novo coronavírus com todo o seu exterior, mas sem a capacidade de reprodução, uma vez que não conta com material genético, tornando-o incapaz de desenvolver a doença no corpo humano.

Essa técnica já foi utilizada, por exemplo, na vacina contra o HPV (Papilomavírus Humano). E os pesquisadores sabem exatamente o que fazer para desenvolvê-la.

No entanto, por não conter um vírus ativo, a imunidade gerada pela vacina pode ser frágil e necessitar de mais de uma dose, o que não é simples de fazer quando se trata de bilhões de aplicações.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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