Covid-19: estudo indica que metade das transmissões ocorre antes dos sintomas

Metade das transmissões de Covid-19 ocorre antes de os sintomas da doença surgirem. É o que indica um estudo realizado por pesquisadores chineses.

Metade das transmissões de Covid-19 ocorre antes de os sintomas da doença surgirem. É o que indica um estudo realizado por pesquisadores chineses e publicado na revista Nature Medicine.

Esse achado reforça que as medidas de controle e prevenção da infecção devem ser ajustadas a essa realidade. Não sendo recomendado que apenas os indivíduos doentes sejam colocados em isolamento. Quem está aparentemente saudável também deve cumprir as medidas de distanciamento social, dizem os especialistas.

Mulher utilizando máscara de proteção para diminuir as chances de infecção da Covid-19

Transmissão da Covid-19

Os pesquisadores relataram padrões temporais de disseminação viral em 94 pacientes confirmados em laboratório com a Covid-19 a partir de uma amostra separada de 77 pares de transmissão infectado para infectado.

Foi observada uma maior carga viral nas amostras colhidas nas gargantas das voluntárias no início do aparecimento dos sintomas, atingindo e o pico de infecção antes do início dos sintomas.

Os cientistas constataram que de 46% a 55% dos infectados foram contagiados antes de o indivíduo responsável pela transmissão apresentar qualquer sintoma. O levantamento mostrou que a transmissão começa de dois a três dias antes do surgimento dos sintomas, sendo que o ápice da transmissão seria na véspera.

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“Medidas de controle da pandemia devem ser ajustadas para uma realidade de substancial contágio pré-sintomático”, escreveram os pesquisadores.

Importância do isolamento social

Isso quer dizer que isolamento social, rastreamento de contatos, o uso de máscara e o aumento das medidas de higiene pessoal não serão tão eficazes se forem adotadas apenas por indivíduos que já apresentem sintomas.

O estudo cita ainda o exemplo da epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), em 2003. Embora fosse muito mais letal do que a Covid-19, com uma taxa de mortalidade que chegava a 10%, a SARS somente era transmitida após o surgimento dos sintomas. Dessa forma, a contenção da epidemia na época foi facilitada.

Nova pesquisa sugere que grávidas têm maior chance de não apresentar sintomas

Um levantamento realizado nas últimas duas semanas em Nova York, nos Estados Unidos, indicou que a maioria das gestantes não apresenta os sintomas provocados pelo novo coronavírus.

Os pesquisadores testaram 215 mulheres atendidas entre 22 de março e 4 de abril pelas equipes da médica Dena Goffman, chefe de obstetrícia do Hospital Presbiteriano Allen, de Nova York, e do Centro Médico Irving, da Universidade de Columbia.

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Dos casos testados, 33 deram positivo para a Covid-19, mas apenas quatro gestantes apresentavam sintomas. A conclusão foi que 88% das grávidas eram assintomáticas.

“Embora essa prevalência tenha generalização limitada para regiões geográficas com taxas mais baixas de infecção, ela ressalta o risco de Covid-19 entre as pacientes obstétricas assintomáticas. Além disso, a verdadeira prevalência de infecção pode ser subnotificada devido a resultados falso-negativos de testes para detectar o novo coronavírus”, alertou o estudo.

Ainda segundo o artigo, os benefícios potenciais de uma abordagem de teste universal incluem a capacidade de usar o status da Covid-19 para determinar práticas de isolamento hospitalar e atribuições de leitos. Além de informar os cuidados neonatais e orientar o uso de equipamentos de proteção individual.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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