Covid-19: Fiocruz busca voluntários para testar medicamento que pode evitar a replicação do vírus

A Fiocruz está à procura de voluntários para testar o molnupiravir, antiviral que pode evitar a replicação do novo coronavírus no organismo. Saiba mais.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está à procura de voluntários para testar o molnupiravir, antiviral que pode evitar a replicação do novo coronavírus no organismo, produzido pelo MSD (Merck Sharp & Dohme). Os estudos realizados até o momento indicam que a substância impede o desenvolvimento da enfermidade.

A empresa farmacêutica solicitou autorização de uso emergencial para seu medicamento via oral anticovid-19 nos Estados Unidos. Segundo o comunicado, o MSD apresentou o pedido para o molnupiravir como “um medicamento antiviral oral experimental, para o tratamento de Covid-19 de leve a moderada em adultos que estejam em risco de avançar para a forma grave da doença e/ou internação”.

Os voluntários da fase 3 da pesquisa ajudarão a avaliar como o medicamento age no corpo humano.

“Os resultados com esse antiviral usado anteriormente para tratamento de casos foram muito animadores. Por isso estamos muito confiantes que ele possa ser usado como profilaxia de doença”, disse a médica infectologista Margareth Dalcolmo, uma das coordenadoras do estudo e presidente da Fiocruz.

A expectativa é que os resultados do estudo sejam apresentados em seis meses.

Saiba mais: Interrupção precoce de um estudo randomizado por benefício: o caso do Molnupiravir para Covid-19

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Dados da análise interina

Participaram deste ensaio clínico 770 pacientes: metade recebeu um tratamento de cinco dias da pílula, e a outra metade recebeu placebo. Todos os pacientes tinham Covid-19, com sintomas que se desenvolveram nos cinco dias seguintes à designação para os respectivos grupos.

Na análise interina do estudo global, multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, o molnupiravir reduziu em 50% o risco de hospitalização ou óbito. Até o 29º dia, nenhum óbito foi relatado em pacientes que receberam o remédio em comparação com oito óbitos com placebo. Os dados demonstraram que 7,3% dos pacientes que receberam o medicamento foram hospitalizados ou vieram a óbito até o dia 29 após a randomização (28/385), em comparação com 14,1% dos pacientes tratados com placebo (53/377); p = 0,0012.

A empresa responsável afirmou que a eficácia é a mesma contra todas as variantes, além da segurança da substância testada.

Leia também: Mortalidade de pacientes com problemas cardíacos pós-Covid é de 42%, aponta estudo do InCor

Como participar do estudo

Trinta voluntários serão divididos em dois grupos. Um grupo tomará o medicamento e o outro um placebo.

Os pesquisadores irão avaliar o uso de molnupiravir como profilaxia pós-exposição por pessoas que residem com alguém que testou positivo para a Covid-19 nas últimas 72 horas, mas sem apresentar os sintomas associados.

O tratamento consiste no uso do medicamento, por via oral, duas vezes ao dia, durante cinco dias consecutivos.

Para participar é necessário ser maior de idade, não ter tomado nenhuma ou a segunda dose da vacina nos últimos seis dias; morar com alguém que testou positivo para a doença nas últimas 72 horas e apresentar, pelo menos, um sintoma da enfermidade; e não estar hospitalizado.

Os interessados podem acessar a página da farmacêutica MSD (www.msd.com.br/estudo013/) ou entrar em contato, entre 8h e 17h, com as coordenadoras de estudo pelos telefones (21) 97347-0389, (21) 2448-6879 ou (21) 2448-6846.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

 

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