Covid-19: Manifestações gastrointestinais e transmissão fecal-oral

Em junho de 2020 a Sociedade Brasileira de Pediatria emitiu uma nota de alerta sobre as manifestações gastrintestinais e transmissão fecal-oral da Covid-19.

Em 03 de junho de 2020 a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu uma nota de alerta acerca das manifestações gastrointestinais e transmissão fecal-oral da Covid-19.

Leia também: Qual a prevalência de sintomas gastrointestinais em pacientes com Covid-19?

Banheiro público onde pode ocorrer a transmissão fecal-oral da Covid-19, que pode levar a sintomas gastrointestinais

Complicações gastrointestinais

Sintomas digestivos ocorrem em 5-50% dos adultos e 10% das crianças, e as manifestações mais comuns são diarreia, dor abdominal, náuseas e vômitos. A diarreia e dor abdominal são mais comuns em pacientes com a forma grave do Covid-19.

Os mecanismos fisiopatológicos para a diarreia ainda não foram completamente elucidados. É provável que ocorra inflamação com dano tecidual e alterações na permeabilidade intestinal, visto que há aumento da calprotectina fecal (marcador de inflamação intestinal) e aumento de interleucina 6 (IL-6) sérica.

Presença do vírus nas fezes

É possível detectar RNA do SARS-CoV-2 por PCR nas fezes tanto em pacientes com sintomas típicos da Covid-19 quanto indivíduos assintomáticos. O PCR nas amostras fecais costuma ser positivo após 2-5 dias da identificação do RNA viral em amostras de nasofaringe. Permanecendo positivos até 11 dias após a negativação das amostras respiratórias. Com isso, postula-se a possibilidade da transmissão fecal-oral da Covid-19. No entanto, essa via de contágio ainda não foi comprovada, visto que não se sabe se o vírus eliminado nas fezes tem viabilidade e quantidade suficiente para infectar.

Esses achados alertam para a possibilidade de contágio em ambientes contaminados com fezes, como sanitários, áreas com saneamento precário, e salas de procedimentos como endoscopia e colonoscopia. A contaminação pode ocorrer pelo contato com mucosas por mãos contaminadas ou pela aerossolização (exemplo: após uso da descarga da privada).

Mensagem final

Até termos mais informações sobre a transmissão fecal-oral, faz-se necessária a precaução rigorosa na exposição às fezes de pacientes contaminados pelo SARS-CoV-2, além de tratamento adequado do esgoto, principalmente hospitalar.

Referências bibbliográficas:

  • Sociedade Brasileira de Pediatria. Covid-19 e manifestações gastrintestinais: manifestação fecal-oral, há evidências?. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22557b-NA_-_Manif_Gastri-_transm_fecal-oral.pdf

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