O Ministério da Saúde anunciou que os vacinados com o imunizante da Janssen contra Covid-19 no esquema primário deverão procurar novas doses de reforço. A pasta segue a recomendação advinda do avanço da variante ômicron no Brasil.
Com essa nova orientação, os imunizados de 18 a 39 anos deverão receber um segundo reforço (terceira dose) quatro meses após o primeiro reforço. Já aqueles a partir dos 40 anos devem receber um terceiro reforço (quarta dose) quatro meses após o segundo reforço.
Leia também: Alterações no padrão de sono após infecção por covid-19
Para quem se vacinou com a Janssen, o Ministério da Saúde lembra que são recomendadas doses de reforço no esquema: dose única inicial + dose de reforço + segunda dose de reforço (direcionado para o público prioritário acima de 50 anos).
Importância da dose de reforço
A dose de reforço do imunizante da Janssen deve ser tomada dois meses depois da dose única, utilizando as vacinas da AstraZeneca, Pfizer ou Janssen.
“Quem tomou a Janssen completará o esquema vacinal. Embora seja de dose única, competem a nós (Ministério da Saúde) as definições. A pessoa tomará duas doses, em um intervalo de dois meses. A Janssen chegou em junho e julho, então estamos dentro do tempo esperado”, detalhou a médica Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde.
Para o médico infectologista Rodrigo Benevenuto Cantalejo, a notícia do reforço da Janssen veio com um certo atraso, uma vez que estamos com aumento progressivo de casos há três semanas pelo menos.
“O reforço adicional para quem se vacinou com o esquema de dose única da Janssen é necessário baseado na queda da titulação de anticorpos neutralizantes com o tempo e a indisponibilidade de reforços com as vacinas da plataforma RNA mensageiro (Pfizer ou Moderna) para todos os pacientes em intervalo curto de tempo”, explicou o especialista, que também é professor da disciplina de infectologia da Unigranrio/Afya, em entrevista para o portal de notícias da PEBMED.
Estudos realizados
As recomendações da pasta foram embasadas a partir de estudos que demonstram que a imunogenicidade após aplicação de doses de reforço heterólogas, com combinação diferente de vacinas contra a Covid-19, foi adequada e superior a esquemas sem doses de reforço.
Esse mesmo esquema de duas doses da Janssen já é adotado nos Estados Unidos: embora os estudos clínicos com uma dose deste imunizante mostrem que ele é capaz de conferir uma boa proteção, pesquisas publicadas posteriormente mostraram que essa imunidade cai com o passar do tempo, sendo importante aplicar um reforço.
Vacinas adaptadas a variantes ainda não estão disponíveis
Alguns fabricantes prometem a entrega de vacinas atualizadas até o final de 2022. A Pfizer está estudando uma plataforma que possa ser eficaz em todas as cepas, sem a necessidade de atualizações frequentes.
O Butantan e a Moderna também afirmaram que estão buscando uma atualização que poderia barrar melhor as infecções.
“Estamos aguardando novas atualizações das vacinas contra a Covid-19, pois a cepas ômicron e suas subvariantes apresentam muitas mutações na proteína Spike, o que diminui a eficácia dos imunizantes”, comentou Cantalejo.
O infectologista ressaltou que os médicos devem orientar seus pacientes a atualizarem seus esquemas vacinais, evitarem aglomerações, usarem máscara em ambientes fechados e com aglomerações, além de não entrar em contato com idosos e imunocomprometidos ao primeiro sinal de quadro gripal em curso.
*Esse texto foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED