Covid-19: pandemia provoca redução de até 90% de outros exames, alertam entidades médicas

Em decorrência da pandemia da Covid-19, houve uma redução de até 90% de exames que deveriam ser oferecidos em hospitais brasileiros.

Em decorrência da pandemia do novo coronavírus, houve uma redução de até 90% de exames que deveriam ser oferecidos em hospitais brasileiros, afetando especialmente pacientes oncológicos, gestantes e doentes crônicos. É o que revela um levantamento realizado pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Oncológica (SBCO) e de Patologia (SBP).

Alguns serviços de referência do país também mostram queda expressiva no número de biópsias realizadas. Ao menos 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer por falta de exames do período de 11 de março a 11 de maio de 2020. Nas últimas, na cidade de São Paulo foram realizadas 5.940 biópsias na rede pública. Já no mesmo período em 2019, foram 22.680.

A mesma redução é observada em um centro de referência em saúde do Ceará. O número de biópsias caiu de 18 mil, em 2019, para menos de 5 mil, em 2020.

Já no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), o número de pacientes novos que chegam para iniciar tratamento no local caiu 30%.

Esse é um quadro preocupante, pois as ocorrências de câncer não diagnosticadas durante essa pandemia podem se transformar em diagnósticos tardios da doença e comprometer o prognóstico. Outro problema provocado pela redução do número de exames pode é o econômico, uma vez que tratamentos mais complexos e caros serão necessários em um futuro próximo.

Recomendações

Outro agravante da pandemia é que consultas de gestantes estão sendo canceladas. A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo informou que apenas as cirurgias eletivas estão sendo desmarcadas.

No Rio de Janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde suspendeu em março procedimentos cirúrgicos eletivos nos hospitais gerais públicos e universitários em virtude da pandemia. Cirurgias de urgência e emergência estão mantidas.

Para que os atendimentos possam voltar à normalidade dentro do possível, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica redigiu um documento em que faz recomendações aos hospitais para que separem os fluxos de atendimento para pacientes com suspeita de Covid-19 dos demais.

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Ações institucionais

No Icesp, foi criada uma área específica de pronto-atendimento para pacientes com suspeita de doença respiratória. Os pacientes oncológicos internados com quadro de Covid-19 são encaminhados para o Hospital das Clínicas.

No Hospital Albert Einstein, o pronto-socorro para pacientes com suspeita de Covid-19 também foi segregado, até com elevadores separados. O centro de oncologia e a maternidade têm uma entrada exclusiva. Assim como os outros acessos do hospital, esse setor conta com medidor de temperatura e distribuição de máscaras. Os pacientes que chegam não precisam mais passar pelo setor de internação para assinar documentos antes de subir ao quarto. Quem chega vai da recepção diretamente para o quarto.

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) recomenda que a população não procure os serviços de saúde para rastreamento de câncer sem sintomas neste período. O indicado pela instituição é que quem tenha uma consulta de rotina marcada por acompanhamento semestral ou anual aguarde e remarque a consulta para daqui a três meses.

Os exames de imagem do radiodiagnóstico, assim como os exames laboratoriais de rotina e os exames eletivos da endoscopia digestiva, colonoscopia e broncoscopia estão sendo cancelados e reagendados posteriormente.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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