Covid-19: sintomas de longa duração são raros em crianças e adolescentes

Estudo aponta que sintomas de longa duração da Covid-19 após a infecção são menos comuns em crianças e adolescentes do que em adultos.

Um estudo realizado por pesquisadores do Reino Unido e publicado na revista The Lancet Child & Adolescente Health no início de Agosto de 2021 aponta que sintomas de longa duração da Covid-19 após a infecção são menos comuns em crianças e adolescentes do que em adultos.

O estudo analisou dados de 1.734 crianças e adolescentes, de cinco a 17 anos, que testaram positivo para a doença.

Na maioria dos casos, crianças e adolescentes que desenvolvem sintomas de Covid-19 melhoraram após seis dias. Apenas 4,4% apresentaram sinais além de quatro semanas com duas ou mais manifestações persistentes (fadiga, cefaleia ou hiposmia). Menos de 2% tiveram sintomas por mais de oito semanas.

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Os voluntários utilizaram um aplicativo móvel, chamado ZOE COVID Study, lançado em conjunto pela Zoe Limited e pelo King’s College London. A duração da enfermidade, além da prevalência, duração e carga dos sintomas foram analisadas em crianças com teste positivo para o novo coronavírus para as quais a duração da doença poderia ser determinada. Foram avaliadas crianças menores (de 5 a 11 anos) e maiores (de 12 anos e 17 anos) divididas em dois grupos. Crianças com mais de uma semana entre relatos sintomáticos no aplicativo foram excluídas da análise.

Covid-19: sintomas de longa duração são raros em crianças e adolescentes

Confira o resumo do estudo:

  • Pesquisadores analisaram dados de 1.734 voluntários, de cinco a 17 anos, que testaram positivo para Covid-19 perto do início dos sintomas;
  • As informações foram coletadas entre 1º de setembro de 2020 e 22 de fevereiro de 2021;
  • A maioria se recuperou em uma semana e apresentou poucos sintomas;
  • Cerca de 4% apresentaram sintomas além de quatro semanas;
  • Menos de 2% tiveram sintomas por mais de oito semanas;

Apesar dos dados positivos, os autores do estudo ressaltaram que todos os voluntários com sintomas persistentes necessitaram de cuidados multidisciplinares.

“É reconfortante saber que o número de crianças que tiveram sintomas duradouros seja baixo. No entanto, um pequeno número sofre com a Covid longa e o nosso estudo valida essas experiências”, disse a autora do estudo, Emma Duncan, do King’s College London.

Para mapear as crianças, foram utilizados dados coletados através de um aplicativo, com os sintomas sendo relatados pelos pais ou demais cuidadores. As manifestações foram relatadas regularmente até que os pacientes estivessem saudáveis.

Segunda onda

Outra informação importante revelada é que 25% das crianças com diagnóstico positivo para infecção pelo novo coronavírus durante a segunda onda no Reino Unido não apresentaram sintomas considerados típicos da enfermidade, o que gera um alerta para o melhor monitoramento.

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Aqui no Brasil, não há dados sobre sintomas duradouros nesta faixa etária. De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, desde o início deste ano, 6.472 crianças e adolescentes de 6 a 19 anos foram hospitalizadas com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em decorrência da doença. O número informado de óbitos foi de 593.

Vacinação em crianças e adolescentes

Atualmente, apenas a vacina Pfizer/BioNTech está aprovada para o uso em crianças a partir de 12 anos. A vacinação nesta faixa etária está aprovada no Brasil, com o início marcado para setembro, quando toda a população adulta vacinável deverá ter tomado, pelo menos, uma dose do imunizante.

A vacina contra a Covid-19 já é aplicada em pessoas a partir dos 12 anos em países como o Canadá e os Estados Unidos.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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