Covid-19: Vacina de Oxford apresenta resultados preliminares promissores

A vacina da Universidade de Oxford, na Inglaterra, para a Covid-19 é segura e induziu os voluntários a “fortes respostas imunológicas”.

A vacina da Universidade de Oxford, na Inglaterra, para a Covid-19 é segura e induziu os voluntários a “fortes respostas imunológicas”, conseguindo produzir tanto anticorpos como as células T, anunciaram os pesquisadores nesta segunda-feira, dia 20 de julho.

Contudo, os próprios cientistas afirmaram que há muito trabalho pela frente, sendo cedo ainda para garantir a eficácia da vacina.

Esses resultados são referentes às duas primeiras fases de testes da imunização. Já a terceira fase está sendo realizada no Brasil e na África do Sul.

O estudo, que foi publicado na revista The Lancet, afirmou que o efeito deve ser reforçado após uma segunda dose da vacina.

Ouça também: Dia da Imunização: como é a produção de uma nova vacina e o que falta para vacina da Covid-19? [podcast]

ponta de agulha de vacina de oxford contra covid-19

Ensaios clínicos 1 e 2 da vacina de Oxford

As fases 1 e 2 dos testes, que foram conduzidas simultaneamente no Reino Unido, contaram com 1.077 voluntários: adultos saudáveis, entre 18 e 55 anos, com a média de idade de 35 anos, com 91% dos voluntários brancos.

Os ensaios mostraram que a vacina foi capaz de induzir a resposta imune tanto por anticorpos como por células T até 56 dias depois da administração da dose.

Uma dúvida que ainda precisa ser respondida é o quão forte deverá ser a resposta imune para conseguir combater a Covid-19.

É importante destacar que a vacina de Oxford ainda não foi testada em idosos, em diferentes tipos étnicos e em pessoas com alguma comorbidade.

Leia também: Vacina contra Covid-19: como a mRNA-1273 se comportou nos primeiros testes?

Entre os efeitos adversos causados pela vacina estão: inchaço na área ao redor da injeção, cansaço, cefaleia, febre e dores musculares. “Precisamos de uma amostra maior para determinar completamente a segurança”, explicou Andrew Pollard, professor de pediatria na Universidade de Oxford, sobre a necessidade dos estudos da fase 3.

“A nova vacina utiliza um vírus do resfriado comum (adenovírus) que infecta chimpanzés, que foi enfraquecido para não causar nenhuma doença em humanos e é geneticamente modificado para codificar a proteína spike (S) do novo coronavírus. Isso significa que, quando o adenovírus entra nas células das pessoas vacinadas, ele também fornece o código genético da proteína S. Isso faz com que as células dessas pessoas produzam a proteína S, e ajuda a ensinar o sistema imunológico a reconhecer o novo coronavírus”, explicou Andrew Pollard.

Pesquisa adiantada

A previsão dos pesquisadores é que a vacina esteja disponível para a distribuição somente para alguns grupos de risco da Inglaterra até o final do ano.

Na opinião de Andrew Pollard, professor de pediatria na Universidade de Oxford, a previsão inicial de produzir um milhão de doses experimentais até setembro deste ano já é considerada “subestimada diante da velocidade do que vem acontecendo”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a vacina de Oxford como a mais adiantada no mundo e também a mais avançada em termos de desenvolvimento. Um dos centros que testa essa vacina é coordenado por uma brasileira, a cientista Daniela Ferreira, doutora pelo Instituto Butantan.

Na coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, dia 20 de julho, os representantes da OMS defenderam que uma eventual vacina seja considerada um “bem público global” e que para uma distribuição justa será fundamental um compromisso político.

O acordo com o Brasil prevê o recebimento de 30 milhões de doses até janeiro de 2021, caso a vacina seja aprovada, além da transferência da tecnologia para a produção em larga escala pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.