Crianças hospitalizadas assintomáticas e positivas para SARS-CoV-2 são menos de 1%

Pesquisadores relataram que menos de 1% das crianças hospitalizadas assintomáticas para Covid-19 e testadas para SARS-CoV-2 foram positivas.

Em carta publicada no jornal JAMA Pediatrics, pesquisadores da Universidade da Califórnia relataram que menos de 1% das crianças hospitalizadas assintomáticas para Covid-19 e testadas rotineiramente para SARS-CoV-2 foram positivas. No estudo Prevalence of SARS-CoV-2 Infection in Children Without Symptoms of Coronavirus Disease 2019, foi relatada a prevalência de resultados positivos do teste SARS-CoV-2 em crianças sem sintomas em 28 hospitais infantis nos Estados Unidos.

Testes RT-PCR para SARS-CoV-2 foram realizados no primeiro semestre de 2020, quando os hospitais retomaram os cuidados clínicos e cirúrgicos eletivos. Em alguns casos, as crianças podiam ter sintomas associados à sua condição primária que coincidem com os sintomas de Covid-19, mas o teste não foi feito por suspeita de SARS-CoV-2 como o mecanismo causador primário da doença. As taxas de incidência semanais foram calculadas usando o banco de dados de casos confirmados da Universidade Johns Hopkins.

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Crianças assintomáticas durante a pandemia causada pelo SARS-CoV-2

Características do estudo

Um total de 250 das 33.041 crianças assintomáticas testadas para SARS-CoV-2 nos hospitais participantes até 29 de maio foram positivas para o vírus. A prevalência nas 25 comunidades atendidas por esses hospitais foi semelhante e variou de 0 a 2,2%. A prevalência combinada foi de 0,65% [Intervalo de confiança de 95% (IC 95%), 0,47-0,83%]. A prevalência de crianças assintomáticas foi significativamente associada à incidência semanal de Covid-19 na população em geral durante o período de seis semanas durante o qual ocorreu a maioria dos testes de indivíduos sem sintomas [coeficiente B não padronizado = 1,07 (IC 95%) 0,60-1,54; p < 0,001].

De acordo com os pesquisadores, a forte associação entre a prevalência de SARS-CoV-2 em crianças assintomáticas e a incidência semanal contemporânea de Covid-19 na população em geral fornece um meio simples para as instituições estimarem a prevalência local de crianças assintomáticas a partir do banco de dados da Universidade Johns Hopkins disponível ao público. Essa prevalência pode ser usada para orientar a política sobre os ambientes institucionais para crianças naquela comunidade e estimar a probabilidade pré-teste para o rastreamento do SARS-CoV-2. As estimativas em andamento da prevalência de infecção assintomática por SARS-CoV-2 em crianças podem ser atualizadas conforme a pandemia evolui.

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Conclusão

O estudo possui limitações. Crianças assintomáticas apresentadas para cuidados eletivos em hospitais infantis podem não representar a população pediátrica geral por idade, estado de saúde, estado imunológico e fatores demográficos. Por causa da disseminação viral prolongada, a positividade do teste RT-PCR em crianças sem sintomas pode não refletir a incidência contemporânea na comunidade. Além disso, variações no rastreamento de sintomas e no protocolo de teste existiam entre os locais e ao longo do tempo, contribuindo para a heterogeneidade. No entanto, os pesquisadores descreveram estar confiantes de que a forte correlação com os dados gerais de incidência fornece validação externa de que os resultados dos testes assintomáticos são amplamente confiáveis. Eles desenvolveram uma ferramenta online que permitirá aos indivíduos calcularem os fatores de risco em relação à prevalência em qualquer município americano e que as escolas poderão usar para estimar os riscos dentro da sala de aula.

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