CROI 2022: HIV e tratamentos de longa duração

Novos tratamentos de HIV vêm sendo pesquisadas nos últimos anos, buscando drogas que favoreçam adesão e melhor perfil de eventos adversos.

Novas opções terapêuticas para o tratamento de HIV vêm sendo pesquisadas nos últimos anos, buscando principalmente drogas que favoreçam adesão e tenham melhor perfil de eventos adversos. Nesse sentido, os antirretrovirais de longa duração vêm ganhando destaque e foram tema de plenária na Conference on Retoviruses and Opportunistic Infections 2022 (CROI 2022).

CROI 2022 HIV e tratamentos de longa duração

Cabotegravir-rilpivirina

A combinação de cabotegravir-rilpivirina de longa duração foi a primeira a ser abordada, uma vez que já está aprovada para uso, embora não esteja disponível em todos os países.

Podendo ser administrada como injeções intramusculares a cada 4 ou 8 semanas, CAB-RPV já foi incorporado em alguns guidelines para tratamento de pacientes em supressão virológica. Para os regimes com 8 semanas de intervalo, o uso de CAB-RPV permitiria somente 6 administrações de terapia por ano.

Guidelines com recomendação de CAB-RPV

EACS (2021) US DHHS (2022) IAS (2020)
CAB + RPV LA a cada 8 semanas CAB + RPV LA a cada 4 semanas CAB + RPV LA a cada 4 ou 8 semanas

O uso de CAB-RPV como tratamento foi avaliado em 3 estudos já encerrados (ATLAS, FLAIR e ATLLAS-2M) e em 2 ainda em andamento (SOLAR e MOCHA). Os resultados são encorajadores, com a combinação de longa duração mostrando-se não inferior à TARV oral diária nas semanas 24, 48 e 124. Em apresentação oral no CROI 2022, resultados ainda não publicados da análise do ATLAS-2M mostraram manutenção de eficácia com 152 semanas de terapia. Ao mesmo tempo, os estudos mostraram não inferioridade com intervalo de 8 semanas em comparação com 4 semanas.

O perfil de eventos adversos mostra uma taxa de interrupção de tratamento de 2%. A maioria dos eventos reportados é leve ou moderado e as reações no local de injeção tendem a reduzir com o tempo. A taxa de falha virológica é de 1 – 1,5%. Nos casos de desenvolvimento de resistência, essa geralmente é contra 2 classes e ocorre no primeiro ano de tratamento. Em termos de aceitação, 9 em cada 10 participantes dos estudos preferiram o uso de CAB-RPV à terapia oral diária.

Outros estudos avaliaram o uso de CAB de longa duração em populações de homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres transgênero e em mulheres cisgênero — os estudos HPTN 083 e HPTN 084, respectivamente — como base de PrEP. Em ambos, CAB-LA foi superior à combinação de tenofovir/emtricitabina (TDF/3TC) na prevenção de aquisição de HIV: no HPTN 083 foram 68% e no HPTN 084, 89% menos infecções no grupo de CAB-LA. A maioria das reações locais foi considerada leve, com poucas descontinuações, e o perfil de outros eventos adversos foi semelhante ao de PrEP oral diária. Houve uma preferência consistente ao regime de CAB-LA IM a cada 8 semanas em relação ao regime oral diário.

Dois estudos – HPTN 083-1 e HPTN 084-1 – estão em andamento para avaliar a eficácia de CAB-LA como PrEP em adolescentes.

Estamos acompanhando o CROI 2022. Fique ligado no Portal PEBMED!

Mais do evento:

Referências bibliográficas:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.