Sepse abdominal
Fisiopatologia:
- Insulto inicial – produção de citocinas (IL-6 , IL-1, TNF α) – ativação da cascata inflamatória (Leucotrienos, prostaglandinas, PAF, fosfolipase A2) – lesão endotelial / alteração da cascata de coagulação – disfunção de múltiplos órgãos;
- Pode estar associada a microorganismos comunitários ou relacionados aos cuidados de saúde.
Princípios da Infecção Cirúrgica:
Características específicas das infecções relacionadas aos procedimentos cirúrgicos:
Paciente:
- Paciente com resposta imunológica debilitada;
- Quebra dos mecanismos de barreira.
Bacteriologia:
- Infecções muitas vezes polimicrobianas;
- Muitos dos patógenos são relacionados à flora endógena do paciente (oportunistas);
- Associação com microrganismos hospitalares muitas vezes resistentes aos agentes terapêuticos.
Tratamento:
- Foco terapêutico envolve o controle direto do foco de infecção: drenagem e/ou correção do fator predisponente;
- Antibioticoterapia é apenas adjuvante na terapia;
- O aspecto mais importante no seu manejo é o reconhecimento da necessidade de reabordagem cirúrgica.
Apresentação Clínica:
Etiologia:
- Relacionada a manipulação cirúrgica prévia (ISC órgão/espaço);
- Relacionada a infecção intra-abdominal (p.ex. apendicite aguda, perfuração de viscera oca);
- Relacionada à contaminação da cavidade abdominal (p.ex paracentese).
Aspectos Gerais:
- A infecção intra-abdominal compreende uma das principais causas de sepse;
- IIA é a segunda causa mais comum de óbito por infecção em unidades de terapia intensiva;
- A sepse abdominal em um estágio inicial deve ser considerada um processo local (peritoneal), tornando-se sistêmico com sua progressão;
- Apesar da evolução no tratamento a mortalidade de infecções intra-abdominais graves ainda é elevada (5 a 50%).
Sinais e sintomas:
- Febre;
- Queda do estado geral;
- Taquicardia, taquipneia;
- Sintomas de disfunção gastrointestinal (anorexia, náuseas/ vômitos, distensão abdominal, constipação);
- Hipotensão, oligúria e alteração do nível de consciência – sintomas de alarme;
- Dor abdominal de evolução aguda;
- Rigidez abdominal;
- Defesa abdominal, descompressão dolorosa localizada ou generalizada;
- Massa abdominal (p.ex. abscesso, plastrão inflamatório);
- Atenção: pacientes idosos, diabéticos ou imunossuprimidos podem apresentar sepse de origem abdominal com clínica menos evidente.