Custo – benefício no tratamento da lombalgia.

A lombalgia apresenta alta prevalência na população geral. O tratamento conservador com abordagem educativa, o autogerenciamento do problema e a fisioterapia são frequentemente utilizados para reduzir e controlar as crises. Mas fica o questionamento: um programa de reabilitação fisioterapêutico valeria a pena?

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A lombalgia apresenta alta prevalência na população geral. O tratamento conservador com abordagem educativa, o autogerenciamento do problema e a fisioterapia são frequentemente utilizados para reduzir e controlar as crises álgicas . A abordagem fisioterapêutica pode envolver recursos eletrotermoterapêuticos, como o TENS (Transcutaneous electrical nerve stimulation) e Ondas Curtas (calor profundo), bem como a terapia manual para o alívio da dor e relaxamento e liberação da musculatura.

Entretanto, o foco principal no processo de reabilitação deve estar centrado na cinesioterapia, com exercícios de alongamento e fortalecimento, como forma de tratamento e prevenção das lombalgias. O fortalecimento dos músculos da região lombar/abdominal, principalmente os músculos mais profundos, funcionariam como uma “cinta” protetora e estabilizadora para a coluna. Diante do exposto, existe o questionamento sobre o real custo-benefício para o paciente submetido à um programa de reabilitação fisioterapêutico para lombalgia. O programa valeria a pena?

Em recente estudo publicado por Fritz e Cols (2017), com o objetivo de comparar o custo e custo-efetividade da intervenção fisioterapêutica precoce nos casos de lombalgia aguda inespecífica sem sinais de compressão nervosa, os autores observaram que existe um benefício em relação ao custo/efetividade para os pacientes submetidos à um programa de fisioterapia precoce. No estudo de Fritz e Cols, todos os pacientes receberam orientações educacionais (folder) sobre o prognóstico e importância de realizar exercícios físicos, assim que foram admitidos no serviço.

Posteriormente, os pacientes foram divididos de forma randomizada em dois grupos. Os pacientes do grupo I não receberam nenhuma intervenção fisioterapêutica, enquanto os pacientes do grupo II receberam fisioterapia precoce (terapia manual + cinesioterapia) durante as quatro primeiras semanas da admissão no serviço. Todos os pacientes responderam ao questionário de qualidade de vida no primeiro dia do estudo e com follow up de um ano.

Para verificar os custos, os autores levaram em consideração, as sessões de fisioterapia realizadas, novos custos devido a procura por serviços de saúde (terapia alternativa, medicações, exames e procedimentos) ou afastamentos do trabalho que estavam estritamente relacionados com a lombalgia. Com os resultados do estudo, os autores recomendam a prescrição da fisioterapêutica precoce nos casos de lombalgia aguda inespecífica, baseados no custo-efetividade.

É preciso considerar que outras formas de intervenção com baixo custo e alto alcance estão surgindo, como o uso de dispositivos eletrônicos, principalmente o mHealth (mobile health) para o autogerenciamento da lombalgia. Entretanto, ainda não existem estudos de custo-efetividade sobre o tema e é preciso entender melhor como, onde e quando o uso da tecnologia pode ser indicado nos casos de dor lombar.

Referências:

* Fritz JM, Kim M, Magel JS, Asche CV. Cost-Effectiveness of Primary Care Management With or Without Early Physical Therapy for Acute Low Back Pain: Economic Evaluation of a Randomized Clinical Trial. Spine (Phila Pa 1976). 2017;42(5):285-290.

* Ma VY, Chan L, Carruthers KJ. Incidence, prevalence, costs, and impact on disability of common conditions requiring rehabilitation in the United States: stroke, spinal cord injury, traumatic brain injury, multiple sclerosis, osteoarthritis, rheumatoid arthritis, limb loss, and back pain. Arch Phys Med Rehabil. 2014;95(5):986–95.

* Martin BI, Deyo RA, Mirza SK, Turner JA, Comstock BA, Hollingworth W, et al. Expenditures and health status among adults with back and neck problems. JAMA. 2008;299(6):656–64.

* Machado GC. et al. Smartphone apps for the self-management of low back pain: A systematic review. Best Practice & Research Clinical Rheumatology. 2016;30(6):1098-1109.

* National Institute of Health and Care Excellence (2014). NICE Guidance

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