Dasatinibe versus imatinibe no tratamento da leucemia mieloide crônica

Estudo randomizado de fase III comparou a eficácia e a segurança do dasatinibe com imatinibe em pacientes com leucemia mieloide em fase crônica recentemente diagnosticada.

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O estudo DASISION (Dasatinib Versus Imatinib Study in Treatment-Naıve Chronic Myeloid Leukemia Patients) foi um estudo randomizado de fase III que comparou a eficácia e a segurança do dasatinibe com imatinibe em pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) na fase crônica recentemente diagnosticada.

A LMC é uma doença mieloproliferativa clonal que expande e transforma células progenitoras hematopoiéticas em clones neoplásicos. Na maior parte dos casos, ocorre em adultos na faixa etária dos 50 anos.

Para o estudo DASISION, 259 pacientes foram randomizados para receber dasatinibe e 260 para imatinibe, totalizando 519 pacientes avaliados. Após 5 anos, 61% e 63% dos pacientes tratados com dasatinibe e com imatinibe, respectivamente, ainda estavam recebendo a terapia.

As taxas de resposta molecular maior e resposta molecular profunda em 5 anos cumulativos foram de 76% e 42% para o grupo dasatinibe e 64% e 33% para imatinibe, respectivamente (p=0,022 e p=0,0251, respectivamente).

A sobrevida global estimada em 5 anos foi de 91% para dasatinibe e 90% para imatinibe (HR: 1,01; IC 95%: 0,58-1,73). Observou-se que mais pacientes tratados com imatinibe morreram de causas relacionadas à LMC (n=17) versus aqueles tratados com dasatinibe (n=9) (p=0,1192; hazard ratio [HR]: 0,53; intervalo de confiança [IC] de 95%: 0,24 a 1,19).

Veja também: ‘Doenças fúngicas invasivas nos pacientes com leucemia mieloide aguda’

Pacientes BCR-ABL1 que alcançaram ≤10% aos 3 meses (dasatinibe, 84%; imatinibe, 64%) apresentaram melhora na sobrevida livre de progressão e na sobrevida global e menores taxas de transformação para fase acelerada/blástica quando comparados com pacientes BCR-ABL1 >10% em 3 meses. A transformação para a fase acelerada/blástica ocorreu em 5% e 7% dos pacientes nos grupos dasatinibe e imatinibe, respectivamente.

Em relação ao perfil de segurança, geralmente, a maioria dos eventos adversos reportados foi de grau 1 ou 2. Observou-se que 15% e 11% dos eventos adversos de grau 3 e 4 ocorreram nos grupos dasatinibe e imatinibe, respectivamente.

Os resultados em longo prazo corroboraram com a eficácia e segurança do uso de dasatinibe em pacientes com LMC na fase crônica previamente publicados na literatura. Dessa forma, este medicamento pode continuar sendo considerado uma terapia padrão de primeira linha para pacientes com LMC na fase crônica recentemente diagnosticada.

*Esse artigo foi revisado pelo médico Eduardo Moura.

Referências:

  • Cortes JE, Saglio G, Kantarjian HM, Baccarani M, Mayer J, Boque C, et al. Final 5-Year Study Results of DASISION: The Dasatinib Versus Imatinib Study in Treatment-Naive Chronic Myeloid Leukemia Patients Trial. J Clin Oncol. 2016;34(20):7–18.
  • Kantarjian H, Shah N, Hochhaus A, Cortes J, Shah S, Ayala M, et al. Dasatinib versus Imatinib in Newly Diagnosed Chronic-Phase Chronic Myeloid Leukemia. N Engl J Med. 2010;362(24):2260–70.

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