Deficiência auditiva em crianças

Os impactos da deficiência auditiva em bebês pode comprometer principalmente o desenvolvimento da fala e a interação social.

 A identificação da deficiência auditiva em bebês é um processo desafiador. Nos primeiros meses de vida, o bebê está em processo de construção do significado de suas emoções. A partir da interação com a mãe, ou seja da percepção da fala, da expressão facial, do toque, do olhar, da forma como segura no colo, do momento da amamentação, o bebê começa a atribuir significados simbólicos às emoções que ele experimenta.  

Entretanto, quando o bebê possui algum nível de perda auditiva, a percepção do mundo e das suas emoções é um pouco diferente. Os impactos da alteração auditiva pode comprometer principalmente o desenvolvimento da fala e a interação social.

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Possíveis causas para a deficiência auditiva em bebês

A deficiência auditiva em bebês e crianças pode ser causada por má formação anatômica da cabeça ou pescoço; síndrome genética; Histórico familiar de perda auditiva na infância; Prematuridade; Baixo peso ao nascer; Internação em UTI neonatal; Asfixia perinatal; Infecção Perinatal ( citomegalovírus, rubéola, herpes, sífilis, Toxoplasmose, meningite), Infecção crônica de ouvido, Paralisia Cerebral; Síndrome de Down e Exposição a drogas ototóxicas.  

Classifica-se como perda auditiva neurossensorial os casos em que há uma alteração nas estruturas do ouvido interno ou no nervo auditivo. As principais causas desse tipo de perda são as má formações do ouvido interno, infecções, drogas ototóxicas, exposição a sons altos. Já a perda auditiva condutiva é quando há uma alteração na transmissão do som ao ouvido médio. Casos em que são identificados alterações na transmissão do som no ouvido médio e ao longo das vias auditivas, são denominados de Perda auditiva Mista. 

Atualmente, todos os bebês devem passar por uma Triagem Auditiva Neonatal, de preferência ainda na Maternidade, nas primeiras 24 a 48hs com o objetivo de identificar precocemente a presença de deficiência auditiva. Além disso, é importante que profissionais de saúde, que desenvolvem atendimento de puericultura, avaliem a função auditiva e desenvolvimento da fala, bem como estejam atentos aos sinais que eles podem apresentar de perda auditiva. 

 Podem sinalizar algum grau de perda auditiva, quando o bebê ou a criança: 

  • não pisca na presença de sons altos; 
  • não acorda na presença de sons altos; 
  • não identifica a localização dos sons (a partir dos seis meses); 
  • apresenta ausência da fala (a partir dos sete meses); 
  • não reage a voz; 
  • não atende pelo nome; 
  • usa o gestual para comunicação; 
  • bate a cabeça, as mãos ou pés em superfície para sentir a vibração; 
  • grita; 
  • pede para repetir os comandos com frequência; 
  • reage melhor as expressões faciais do que aos comandos verbais; 
  • evita interação social;  
  • prefere brincar sozinho; 
  • apresenta comportamento de Irritabilidade quando não é compreendido; 
  • comportamento introspectivo;

Na suspeita de deficiência auditiva, é importante que o enfermeiro investigue outros aspectos como o momento em que os pais perceberam a alteração na audição, por exemplo. Crianças menores de dois anos com o diagnóstico de deficiência auditiva possuem maior comprometimento da linguagem e interação, do que uma criança maior que ficou surda com quatro anos. Esta teve a oportunidade de conhecer os sons e estruturar uma memória auditiva.  

Entender todo o contexto familiar, histórico de surdez na infância, infecções agudas e crônicas de ouvido que possam estar relacionadas, outras infecções períodos de internação em UTIneonatal, alterações genéticas, estímulos auditivos, uso de medicamentos ototóxicos, dentre outros aspectos, são fundamentais para planejar, junto a equipe multiprofissional, estratégias de estimulação e manejo da deficiência auditiva.

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A gravidade da perda auditiva pode ser bem variável, podendo ser leve, moderada, severa ou até mesmo uma perda severa profunda. O manejo clínico e a modalidade terapêutica vai variar de acordo cada caso. Diversas modalidades estão disponíveis e podem ser utilizadas em associação com a terapia fonoaudiológica, como uso de aparelhos aparelhos de amplificação sono individual, implante coclear, uso de Língua Brasileira de Sinais, implante de tronco cerebral estimulação da leitura labial, etc.  

Para saber mais sobre Deficiência auditiva em crianças e assistência de enfermagem, acesse o aplicativo Nursebook.

Referências bibliográficas:

  • Hockenberry MJ, Wilson DW. Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. 9ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 
  • Sih t; Godinho R. A criança com perda auditiva e surdez: o papel da família e do pediatra. Sociedade Brasileira de Pediatria, 2018. 
  • Goderis J, De Leenheer E, Smets K, et al: Hearing loss and congenital CMV infection: A systematic review. Pediatrics 134(5):972–982, 2014. 

 

 

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