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Um professor de ciências biológicas da Universidade do Chipre anunciou (8/1) uma possível convergência da assinatura genética da variante Ômicron do novo coronavírus, em genomas da variante Delta.
Segundo Leondios Kostriki, a origem da suposta nova variante poderia ser um paciente contaminado pelas duas cepas, de forma simultânea. A partir da interação de ambas no organismo infectado, teria surgido a Deltacron.
Em uma entrevista, o professor afirmou que atualmente existem coinfecções ômicron e delta, e que essa cepa pode ser uma combinação dessas duas. A partir da comunicação do pesquisador surgiram dúvidas se estaríamos mesmo diante de uma nova variante do vírus.
O mais curioso é que alguns especialistas consideram que a Deltacron pode ser um erro causado pela contaminação das amostras em laboratório.
Uma jornalista de 26 anos, moradora de Belo Horizonte, foi diagnosticada com a possível nova variante do vírus da Covid-19. A jovem é uma das 25 pessoas no mundo diagnosticadas com a nova cepa.
Para voltar para o Brasil, a jornalista fez o teste e, devido à confirmação positiva, sua passagem foi adiada. A jovem começou a apresentar sintomas como febre, tosse e dor de garganta, e precisou ficar de quarentena.
De acordo com informações veiculadas na imprensa, a brasileira já recebeu duas doses da vacina e passa bem.
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Como a cepa é nova e ainda precisa de confirmação oficial, pouco se sabe sobre qual seu potencial de transmissibilidade ou até mesmo sobre a gravidade causada pela variante.
As descobertas vieram depois que as amostras foram processadas e passaram por diversos procedimentos de sequenciamento. Em um comunicado para a imprensa, os cientistas responsáveis negaram a existência de algum erro ou caso de contaminação no laboratório e defenderam a formação natural da nova cepa.
Os sintomas da suposta nova variante seriam praticamente os mesmos das outras variantes e do próprio vírus da Covid-19, semelhantes ao da gripe e resfriado: cefaléia, febre, coriza, dor de garganta, espirro e tosse seca.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quinta-feira (13/1) que a informação que a Deltacron não seria a combinação conjunta das variantes Delta e Ômicron.
“Na verdade, achamos que se trata do resultado da contaminação que aconteceu durante o processo de sequenciamento”, disse a líder técnica da Covid-19 da OMS, Maria Van Kerkhove, que complementou esclarecendo que é possível que um indivíduo seja infectado com diferentes variantes do novo coronavírus.
A líder técnica da OMS também afirmou que houve exemplos de coinfecção, em que as pessoas foram infectadas com influenza e Covid-19 durante a pandemia.
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“Houve uma revisão sistemática recente que analisou a prevalência dessa coinfecção por Covid-19 e influenza. Eles também verificaram se as pessoas tinham ou não doenças mais graves”, disse Maria Van Kerkhove, acrescentando que a revisão descobriu que a coinfecção não aumenta a gravidade da enfermidade.
“Não vamos usar palavras como Deltacron, flurona ou flurone, por favor. Essas palavras implicam combinação de vírus/variantes e isso não está acontecendo”, tuitou a líder técnica da OMS.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
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