Depressão nos idosos. Como identificar?

Muitas vezes, tristeza e depressão ocorrem no contexto de situações específicas. No entanto, os sintomas nos idosos podem surgir sem causas óbvias.

Em agosto de 2014, o ator e comediante americano Robin Williams foi encontrado morto aos 63 anos após suicidar-se, devido a um quadro grave de depressão. Muitas vezes, tristeza e depressão ocorrem no contexto de situações específicas como a descoberta de uma doença grave, a perda de um emprego ou o luto, por exemplo. No entanto, os sintomas depressivos nos idosos podem surgir sem causas precipitantes óbvias.

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Desse modo, cabe ao médico investigar ativamente sinais e sintomas associados a essa síndrome. Tal recomendação se deve ao fato de que, na nossa prática diária, não são raros os casos nos quais pacientes e seus familiares confundem o sentimento normal de tristeza com depressão e omitem suas queixas, atribuindo de forma equivocada essa terrível condição ao processo natural de envelhecimento.

Algumas características que distinguem depressão e tristeza são o caráter persistente dos sintomas no caso da depressão e sua associação com outras manifestações clínicas como distúrbios do sono e apetite.

A alta prevalência de depressão é um problema mundial. Um levantamento feito em 10 países, Brasil inclusive, mostrou percentuais em adultos que variaram de 3% no Japão a 17% nos EUA, com a prevalência de 8 a 12% sendo encontrada na maioria dos países investigados. Estima-se através de estudos americanos que, quando o médico adota a estratégia de abordar o tema com todos os seus pacientes independentemente do motivo que os levou ao consultório, a frequência do diagnóstico aumenta de 10 para 47%.

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Diversos instrumentos podem auxiliar o profissional de saúde a rastrear depressão. Questionários estruturados como a Escala de Depressão Geriátrica, PHQ-2, PHQ-9 e Inventário de Beck devem ser escolhidos de acordo com sua eficácia, experiência do examinador, tempo disponível para sua execução, dentre outros parâmetros.

O Inventário de Beck por exemplo, apesar de apresentar um bom binômio sensibilidade/especificidade para identificar Depressão Maior, (90% e 79% respectivamente), pode ser muito demorado por envolver 21 itens. Por outro lado, instrumentos simples como o PHQ-2 que envolvem apenas duas perguntas podem apresentar especificidade diagnóstica de até 90%.

Todos devem ter em mente que a identificação da depressão em idosos é tão importante quanto diagnosticar qualquer outra doença grave, principalmente por ser uma condição tratável. Além do aumento da morbidade e mortalidade, a Depressão Maior está associada a isolamento social, maior dependência funcional e ao aumento do uso dos serviços de saúde por idosos.

Considerando que não há exame laboratorial ou de imagem que confirme o diagnóstico e mude o foco da discussão para o tratamento, a importância da entrevista médica é exaltada, assim como a de uma boa relação médico-paciente.

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