Dermatologistas descobrem a possível a causa do surto de prurido epidêmico em comunidades de Pernambuco  

Um surto de dermatites pápulo-eritêmato-pruriginosas, com aspecto urticariforme, assustou moradores dos municípios de Recife e de Camaragibe.

Em novembro, um surto de dermatites pápulo-eritêmato-pruriginosas, com aspecto urticariforme, assustou moradores dos municípios de Recife e de Camaragibe, localizados na região metropolitana da capital de Pernambuco.  

Dermatologistas da que atuam na região foram desafiados pelos mais de 200 casos de lesões sem explicação e descobriram a possível causa do surto: Asas de uma espécie de mariposa.

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Trabalho da equipe de dermatologia 

De acordo com a publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), diversas hipóteses foram consideradas como responsáveis pelo surto em Pernambuco. Dentre elas, estavam intoxicação por ivermectina, escabiose, picadas de insetos e outras, embora não fossem apresentadas nenhum tipo de comprovação.  

Uma pesquisa realizada pelos dermatologistas Cláudia Ferraz e Vidal Haddad Junior descartou a maioria destas hipóteses. A Dra. Cláudia Ferraz pesquisou a história epidemiológica e descreveu de forma minuciosa as lesões, além de suspeitar a provável etiologia. Em conjunto com o Dr. Vidal Haddad Junior, que tem experiência com outros surtos, foi possível elucidar a etiologia correta da erupção.

Sobre a mariposa

As asas de mariposas do gênero Hylesia são as grandes responsáveis pelas lesões na população dos municípios de Recife e de Camaragibe. Elas já causaram diversos surtos de dermatites em vários pontos do país, especialmente nesta época do ano, que é quando estão em processo de reprodução. As mariposas entram nas casas das pessoas e ao se debaterem neste ambiente, liberam cerdas corporais minúsculas que são capazes de penetrar profundamente na pele humana, causando a intensa dermatite em Pernambuco.  

Além da inflamação inicial, as lesões podem evoluir para granulomas. A dermatite pode perdurar por dias e até semanas, devido à permanência das cerdas da mariposa na pele. Estas cerdas podem ser observadas na pele e exames realizados as mostraram com clareza.

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Tratamento 

Segundo especialistas da SBD, o tratamento desta condição é feito com foco na inflamação com corticoides tópicos e anti-histamínicos e dependendo da extensão das lesões, o uso de corticoides sistêmicos pode vir a ser necessário.  

“Com a comprovação das cerdas no exame direto, história clínica e epidemiológica extremamente compatível e relato de mariposas no local feito pelos moradores, concluímos que o mistério está resolvido e esperamos que os tratamentos corretos sejam ministrados à população”, destacam os dermatologistas Claudia Ferraz e Vidal Haddad Júnior. 

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED 

 Referências bibliográficas: 

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