Dezembro laranja: câncer de pele

Em dezembro, ocorre a campanha nacional de prevenção ao câncer de pele, responsável por cerca de um terço de todos os casos de câncer.

Durante o mês de dezembro, a Sociedade Brasileira de Dermatologia realiza a campanha nacional de prevenção ao câncer de pele, que é responsável por cerca de um terço de todos os casos de câncer diagnosticados no Brasil. Devido sua alta prevalência na população e às características tropicais de nosso país, é fundamental que médicos não dermatologistas reconheçam os principais sinais de suspeita para o câncer de pele.

O câncer de pele é classificado em dois tipos: câncer de pele não melanoma (CPNM), que compreende o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC), e o câncer de pele melanoma. O carcinoma basocelular é o tipo mais comum entre os três e também o menos agressivo, enquanto o melanoma é o tipo mais raro e também mais grave.

Leia também: Câncer de pele: quais os riscos da exposição ao sol e como prevenir?

Campanha nacional de prevenção ao câncer de pele

Carcinoma basocelular

O carcinoma basocelular (CBC) é responsável por cerca de 80% dos cânceres de pele não melanoma e tem como principal fator de risco a exposição à radiação ultravioleta, inclusive exposições solares intensas de modo intermitente. Pacientes com genodermatoses, como síndrome de Gorlin Goltz, xeroderma pigmentoso e epidermólise bolhosa também possuem mais risco de desenvolver CBC. As células neoplásicas se originam na camada basal da epiderme.

Clinicamente, o CBC pode se apresentar de várias formas. A mais comum é a forma nodular, onde há uma pápula ou nódulo eritematoso, com brilho perláceo e presença de telangiectasias arboriformes e ulceração. Mas, existem lesões eritematoescamosas e até lesões mal delimitadas, com aspecto cicatricial.

A evolução do carcinoma basocelular é muito lenta e, se não tratado, pode ser localmente agressivo, invadindo estruturas adjacentes. É mais frequente na face, em áreas fotoexpostas, mas pode ocorrer em outras áreas do corpo.

Carcinoma espinocelular

O carcinoma espinocelular (CEC) é o segundo tipo mais frequente de CPNM, correspondendo a aproximadamente 20% dos casos. O principal fator de risco é novamente a exposição à radiação ultravioleta, principalmente de forma cumulativa. Pacientes imunossuprimidos, que se submeteram a radiação ionizante, com cicatrizes de queimaduras, doenças dermatológicas inflamatórias crônicas e também com genodermatoses, como xeroderma pigmentoso, albinismo oculocutâneo e epidermólise bolhosa também possuem mais chance de desenvolver um CEC ao longo da vida.

A origem do CEC ocorre nas células escamosas da epiderme. O carcinoma espinocelular também pode ter diversas apresentações clínicas: placas eritematoescamosas, úlceras, nódulos verrucosos infiltrados e lesões que não cicatrizam e que sangram com facilidade. É importante a avaliação do dermatologista nesses casos, pois as lesões podem se assemelhar a verrugas, eczemas, psoríase, quando não são bem avaliadas pelo especialista, retardando o diagnóstico e tratamento do paciente.

Saiba mais: Confira 5 curiosidades sobre o câncer de pele melanoma

O CEC evolui de modo mais rápido e agressivo que o CBC, podendo inclusive originar metástases locorregionais ou a distância em cerca de 3 a 7% dos casos. Porém, se tratado precocemente, tem um bom prognóstico, com altas taxas de cura.

Melanoma

O melanoma é uma neoplasia de pele e mucosas, que tem origem nos melanócitos. Dentre os principais tipos de câncer de pele, é o que tem pior prognóstico, porém quando identificado de maneira precoce, apresenta altas taxas de cura.

Os fatores de risco para seu desenvolvimento incluem: exposição à radiação ultravioleta, fototipos baixos, história familiar de primeiro grau, síndrome do nevo displásico e genodermatoses, como xeroderma pigmentoso.

O melanoma se manifesta, na maioria dos casos, como uma lesão pigmentada, assimétrica, de bordas irregulares, múltiplas cores, que pode evoluir com ulceração e sangramento. O tratamento precoce é fundamental devido o alto risco de metástase para órgãos à distância.

Quando suspeitar?

Existe uma regra prática para identificar lesões suspeitas pelo generalista, que favorecem o encaminhamento ao dermatologista: a regra ABCDE.

  • A – Assimetria. Divide-se a lesão suspeita em 4 quadrantes e, quando a lesão possui assimetria nesses eixos, deve-se considerá-la uma lesão potencialmente de risco.
  • B – Bordas irregulares. A presença de bordas irregulares na lesão também é um sinal de alerta.
  • C – Cores. Lesões com múltiplas cores são consideradas suspeitas.
  • D – Diâmetro maior ou igual a 6mm é sinal de suspeita.
  • E – Evolução. Importante pista para o diagnóstico de lesões malignas, o crescimento de uma lesão, a mudança de cor ou formato, uma lesão que passa a sangrar ou ulcera também deve levantar o alerta.

Na dúvida, encaminhe o paciente ao dermatologista, para que uma avaliação mais detalhada possa ser feita e, se necessário, prosseguir uma biópsia de pele. Com o diagnóstico precoce, a grande maioria dos cânceres de pele têm uma alta taxa de cura.

Como prevenir?

A principal forma de prevenção do câncer de pele se dá através da fotoproteção. Algumas medidas, quando instituídas desde a infância, são capazes de reduzir efetivamente o risco de câncer de pele. Pessoas com história familiar de câncer de pele, fototipos baixos e hábitos de risco devem ser orientados quanto à importância da fotoproteção.

O uso de filtro solar é um aliado importante na prevenção do câncer de pele. Deve ser usado diariamente, com fator de proteção solar (FPS) de no mínimo 30, aplicado em quantidade adequada (uma colher de chá para o rosto) e reaplicado ao longo do dia.

Além do filtro solar, medidas como uso de roupas de proteção ultravioleta, chapéus, óculos escuros com proteção ultravioleta, evitar a exposição solar nos horários de maior risco (10 às 16 horas) devem ser incentivadas para a população.

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