Tempo de leitura: 5 min.
No dia 27 de outubro de 1988, a Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituíram o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Alguns poucos anos após a descoberta do vírus causador da AIDS, quase 66 mil pessoas já haviam sido diagnosticadas com o vírus, e, infelizmente, 38 mil já tinham falecido.
O símbolo da luta contra a AIDS, o laço vermelho, é visto como um sinal de solidariedade e de comprometimento na batalha contra a doença. Ele foi escolhido por sua ligação a cor do sangue e à ideia de paixão. O objetivo deste data, portanto, é estabelecer uma melhor comunicação, promover troca de informações e experiências, e de criar um espírito de tolerância social.
Para o ano de 2021, o tema da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) é: Acabe com as desigualdades. Acabe com a AIDS. Acabe com as pandemias.
Em 2019, a OMS e o Ministério da Saúde reconheceram o conceito de indetectável = intransmissível (I = I). Isso significa que pessoas que possuam o vírus HIV, mas que tenham carga viral indetectável por mais de seis meses, não transmitem o vírus por via sexual.
Atualmente, 75% das pessoas vivem com o vírus e conhecem seu estado sorológico. A meta da ONU em 2020 era garantir que esse número chegasse a 90%, e que pelo menos 90% dessas pessoas recebessem tratamento. Dos que receberam tratamento, a intenção era que 90% se tornasse indetectável. No Brasil, 92% das pessoas em tratamento já se encontram em estágio indetectável.
Além disso, no campo da prevenção, o SUS coloca à disposição da população as estratégias e tecnologias mais avançadas para a prevenção, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós Exposição (PEP). A PrEP consiste no uso de antirretrovirais, de forma profilática, antes de exposições consideradas de risco.
Outra ação importante, focada na prevenção, é garantir a ampliação ao diagnóstico precoce e ações específicas para populações-chaves para resposta ao HIV.
Uma forma de tratamento que vem sendo discutida nos últimos anos é o uso da terapia dupla, que consiste na administração de dois antirretrovirais ao invés da terapia clássica, onde se utilizam três drogas. O que vem sendo observado em pacientes com esse tipo de tratamento, onde há a redução do número de medicamentos, é que tende-se a gerar um perfil mais favorável de eventos adversos, menos interações medicamentosas e posologia mais fácil, o que também favorece a adesão ao tratamento.
Contudo, alguns cuidados são importantes antes da prescrição de terapia dupla. É necessário, que se faça uma análise criteriosa e cuidadosa do histórico de tratamentos anteriores do paciente e os motivos que levaram a optar pela troca do tratamento. Quando necessário, uma consulta com um infectologista com experiência nesse tipo de atendimento, pode ser indicada a fim de auxiliar o processo.
Leia também: Crianças acima de 6 anos que vivem com HIV têm nova opção de tratamento
Além da terapia dupla que já é considerada um grande avanço atualmente, a terapia antirretroviral injetável é uma das grandes esperanças no manejo da infecção pelo HIV. Alguns testes vem mostrando resultados promissores.
É importante salientar que, em meio a pandemia de Covid-19, portadores do vírus HIV devem tomar cuidados redobrados, visto que, quadros respiratórios em pacientes imunocomprometidos podem vir a ser mais graves.
Referências bibliográficas:
O Whitebook agora tem a categoria Psiquiatria lnfantil. Conheça os conteúdos que tratam de transtornos…
No mês do orgulho LGBTQIA+ recebemos em nosso podcast o ginecologista e obstetra Vitor Maga,…
As inscrições em três cursos a distância sobre o tratamento da hanseníase terminam nesta quinta-feira, 30 de…
A nefrite lúpica é uma manifestação frequente e grave do lúpus eritematoso sistêmico (LES). O…
A trombose venosa cerebral tem maior incidência nos jovens. Existe alternativa à anticoagulação por tempo…
A ventilação mecânica em recém-nascidos prematuros causa dor e desconforto, que podem ser minimizados com…