Diabetes tipo 2: qual o benefício de empagliflozina/linagliptina?

A deterioração progressiva da função celular no diabetes tipo 2 requer terapia usando agentes com diferentes mecanismos para o alcance dos alvos glicêmicos.

A deterioração progressiva da função celular em pacientes com diabetes tipo 2 requer terapia combinada usando agentes com diferentes mecanismos complementares de ação para o alcance dos objetivos glicêmicos.

O tratamento com empagliflozina/linagliptina em um comprimido de dose fixa, oferecido ao paciente uma vez ao dia, que combina um inibidor de cotransportador de sódio-glicose 2 (SGLT2) com um inibidor de dipeptidil peptidase-4 (DPP-4), foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o Brasil em dezembro de 2018. Sob o nome comercial de Glyxambi® (única marca disponível até o momento), o medicamento possui apresentações de 10/5 mg ou de 25/5 mg (empagliflozina/linagliptina).

Empagliflozina/linagliptina na diabetes tipo 2

Empagliflozina, semelhante aos outros inibidores da SGLT 2, remove a glicose pela urina, bloqueando a reabsorção da glicose no sangue nos rins e favorecendo a perda de peso, enquanto a linagliptina (que aumenta os hormônios estimulatórios da secreção de insulina e que reduzem a secreção de glucagon) é neutra para peso corporal.

Dois ensaios clínicos demonstraram consistentemente que empagliflozina/linagliptina contribuiu para a redução significativa da linha de base no peso em comparação com a linagliptina, mas não foram significativamente diferentes em comparação com os respectivos componentes da empagliflozina.

A medicação apresenta, ainda, potenciais mecanismos no controle pressórico, especialmente à custa da empagliflozina, que apresenta efeitos diuréticos osmóticos, promove perda de peso e efeitos vasculares diretos. A tomada em dose única naturalmente favorece aumento da adesão ao tratamento. Essa associação não aumenta o risco de reações adversas como ganho de peso e hipoglicemia. De modo geral, quando respeitadas as contraindicações, problemas significativos em termos de segurança ao paciente não são observados.

Aspectos práticos da associação

O uso da empagliflozina/linagliptina esteve associado à redução média de 1.08% (na apresentação 10/5 mg) e 1.24% (na apresentação 25/5 mg) de hemoglobina glicada (HBA1c). Em relação ao seu uso por pacientes com insuficiência hepática, não se faz necessário ajuste de dose. Já nos pacientes com doença renal, deve-se estratificar essa função antes de iniciar o tratamento e após o início, periodicamente.

Leia também: Controle Intensivo de Glicose em Pacientes com Diabetes Tipo 2

É necessária avaliação da taxa de filtração glomerular (TFG) basal para o ajuste da dose. Nos pacientes com TFG ≥45 mL/min/1,73 m², não é necessário ajuste da dose. Naqueles com TFG entre 30-45 mL/min1,73 m², recomenda-se não iniciar o medicamento, estando proscrita a terapia em pacientes com TFG <30 mL/min/1,73 m², doença renal terminal ou diálise.

Recomenda-se, ainda, o não uso da medicação na gestação e durante a amamentação.

Cuidados adicionais

Pacientes diabéticos geralmente têm risco aumentado de infecções genitais ou do trato urinário, possivelmente induzidas por glicosúria e função imunológica comprometida. A empagliflozina e a linagliptina provavelmente causam aumento do risco de infecções do trato genital ou urinário, as quais estão associadas à presença contínua de glicosúria.

Os pacientes devem ser orientados sobre este risco, bem como à necessidade de ingesta hídrica, asseios e higiene adequados para redução de riscos.

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Referências bibliográficas:

  • Lewin A, DeFronzo RA, Patel S, Liu D, et al. Initial combination of empagliflozin and linagliptin in subjects with type 2 diabetes. Diabetes Care 2015;38:394–402.
  • DeFronzo RA, Lewin A, Patel S, et al. Combination of empagliflozin and linagliptin as second-line therapy in subjects with type 2 diabetes inadequately controlled on metformin. Diabetes Care 2015;38:384–93.
  • Tan X, Hu J. Empagliflozin/Linagliptin: Combination therapy in patients with type 2 diabetes. Ann Endocrinol (Paris). 2016 Oct;77(5):557-562.

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