Diagnóstico errado contribui para aumento de câncer colorretal avançado

Uma pesquisa revelou que 67% dos pacientes com câncer colorretal passaram por pelo menos dois médicos e até quatro antes de serem diagnosticados corretamente. Saiba mais:

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Uma pesquisa divulgada no início deste ano pela Colorectal Cancer Alliance descobriu que 67% dos pacientes com câncer colorretal de início recente tiveram que procurar, pelo menos, dois médicos e até quatro antes de serem diagnosticados corretamente, levando a diagnósticos de estágio III ou IV em 71% dos entrevistados.

Os pacientes também demoraram a reconhecer os seus próprios sintomas. E ainda 63% dos entrevistados esperaram de três a 12 meses para consultar um médico porque não reconheceram os seus sintomas como indícios de câncer colorretal.

“O câncer colorretal tem apresentado um aumento significativo em pessoas mais jovens. Estudos já mostram uma possível relação desse aumento com hábitos como obesidade, sedentarismo, e consumo de alimentos considerados inflamatórios, como excesso de carne vermelha e alguns alimentos processados”, alerta Marcos Belotto, gastrocirurgião oncológico do Hospital Sírio Libanês.

Os resultados da pesquisa apontam informações importantes a respeito dos principais fatores de risco do tumor de intestino. “Cerca de 30% dos entrevistados no estudo relataram um histórico familiar de neoplasia, e 8% tiveram diagnóstico de síndrome de Lynch. Essa é uma síndrome que aumenta os riscos de desenvolvimento de câncer em geral”, pontua o especialista.

cancer colorretal

Importância da triagem

Uma das informações mais alarmantes do estudo é o fato de que 60% dos entrevistados demoraram de três e 12 meses para procurar auxílio médico porque não reconheciam esses sintomas como um possível câncer.
“O mais importante dessa pesquisa para os médicos é que devemos nos atentar sempre se um paciente que vem ao nosso consultório médico alegando ter doenças orificiais, como hemorroida, fissuras, ou sangramento ao evacuar, pode estar em frente a um câncer colorretal”, frisa Marcos Belotto.

Para o gastrocirurgião oncológico, a maior dificuldade é convencer o paciente da importância da realização do exame, pois ainda existe uma resistência muito grande. Ainda mais por ser um tipo de câncer com incidência alta, o tumor colorretal exige algumas medidas de prevenção importante, como o rastreamento de lesão suspeita ou pólipos.

Alguns especialistas norte-americanos acreditam que a absorção na triagem nas últimas duas décadas contribuiu, pelo menos em parte, para o declínio das taxas de incidência de câncer colorretal em adultos mais velhos.
O fato é que a triagem de rotina é reconhecida como a maneira mais eficaz de reduzir o risco. E a American Cancer Society recomenda que a triagem comece aos 45 anos para os indivíduos de risco médio.

Estatísticas e Fatores de risco

O câncer colorretal é o terceiro câncer mais diagnosticado e a segunda principal causa de morte por câncer em homens e mulheres combinados nos Estados Unidos. A American Cancer Society estima que até o final de 2019 95.520 pessoas serão diagnosticadas com câncer de cólon, 39.910 serão diagnosticadas com câncer retal, e 50.260 morrerão desta doença.

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Em média, o risco de desenvolver câncer de cólon ao longo da vida é de aproximadamente um em 23 para homens e mulheres combinados (4,5%), no entanto, isso varia muito de acordo com os fatores de risco individuais.
Cerca de 71% dos casos surgem no cólon e cerca de 29% no reto.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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