Diminui o uso de preservativos entre adolescentes brasileiros

Estudo identificou uma queda significativa no uso de preservativos: o número caiu de 72,5% em 2009 para 59% em 2019.

Gonorreia, HPV (e a possibilidade de câncer de colo uterino), HIV. São inúmeras as IST’s que são facilmente preveníveis pelo sexo seguro, através da utilização de preservativos masculinos ou femininos. No entanto, não é o que reflete a realidade do jovem brasileiro hoje. No mês passado, o IBGE divulgou dados alarmantes dentro do estudo PeNSE sobre saúde. O estudo relata que houve uma queda significativa no uso de preservativos entre alunos do 9º ano (antiga 8ª série): o número caiu de 72,5% em 2009 para 59% em 2019.

Esse dado nos faz refletir: por que será que nossos jovens “perderam a vontade” de usar preservativos?  

Leia também: Segundo Ministério da Saúde, quase metade dos jovens brasileiros não usa camisinha

O ser humano tem medo do desconhecido. Assim foi no início da pandemia de AIDS na década de 80, também tem sido durante as grandes emergências da saúde no planeta, com o caso mais recente na pandemia da Covid-19. A população começou usando máscaras, fazendo testagem, trocando passagens, desmarcando viagens e eventos e adaptando-se à nova realidade. No entanto, o tempo foi passando, as mortes foram diminuindo, a ciência foi entendendo a doença, as vacinas foram surgindo e, por fim, o “medo do Covid” também foi sendo deixado de lado.  

Apesar das campanhas nacionais, fornecimento gratuito nas unidades de saúde e discussões nas escolas, os adolescentes de 16 a 19 anos (objeto do estudo do PeNSE) tiveram essa redução expressiva no uso de preservativos.  

Além disso, outro ponto a ser observado no estudo é que 28% dos adolescentes analisados nas capitais já tinham tido relações sexuais. Esse percentual cresceu, principalmente entre meninas de 16 a 19 anos.  

Mídias sociais, exposição, pandemia… são diversos os possíveis fatores que podem ter levado a um aumento de encontros furtivos e sem proteção entre a população jovem no Brasil. Outro possibilidade, de cunho mais comportamental, são as relações esporádicas típicas dos jovens, que causam a elevação dos índices de falta de proteção.  

Com tudo isso, novas estratégias devem ser elaboradas para que todos os setores da população possam se proteger. Os próximos estudos precisam buscar entender as razões de a dispensa do uso de preservativos entre os jovens ter aumentado de maneira tão expressiva. Entendendo as razões, o trabalho poderá ser focado com resultados melhores, evitando que esse número, em declínio, possa ser retomado.  

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
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