A dupla antiagregação plaquetária é uma combinação popularmente utilizada na prevenção primária e secundária de eventos cérebro vasculares e coronarianos, em pacientes com alto risco. A principal associação de antiplaquetários utilizada no dia a dia profissional é do AAS + inibidor P2Y12.
O uso da combinação de antiplaquetários está incorporado ao tratamento com stents, sendo diferenciado o tempo de permanência da dupla antiagregação para implante de stents farmacológicos (hoje em dia os convencionais quase não possuem indicação) por 6 a 12 meses.
Uma metanálise publicada na BMJ avaliou o uso de terapia de dupla antiagregação plaquetária de curto prazo (3 a 6 meses) vs. longo prazo (12 meses ou mais) em pacientes com ou sem diabetes após implante de stent farmacológico. Os pesquisadores avaliaram dados de seis estudos, com mais de 11.500 pacientes, sendo 1/3 destes diabéticos.
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O principal desfecho avaliado foi o risco para ocorrência, no primeiro ano, de eventos cardiovasculares maiores (morte cardíaca, infarto agudo do miocárdio ou trombose do stent). Os resultados não apresentaram diferença entre grupos de longo ou curto prazo para este desfecho, mesmo o paciente sendo diabético ou não.
Entretanto, o risco de complicação por sangramento (maior ou menor) apresentou-se aumentado em pacientes diabéticos submetidos a terapia de longo prazo. (2,1% vs. 1,1%).
Desta maneira, apesar do diabetes ser um preditor independente para eventos cardiovasculares maiores após o implante de stent, quando comparada a dupla antiagregação plaquetária por longo ou curto período, não houve diferença no risco deste desfecho, mas houve um aumento no risco de sangramento.
Referência bibliográficas:
- Short term versus long term dual antiplatelet therapy after implantation of drug eluting stent in patients with or without diabetes: systematic review and meta-analysis of individual participant data from randomised trials – BMJ 2016;355:i5483