EAP 2021: monitoramento dos efeitos cardiovasculares em crianças em tratamento para TDAH

Muitas crianças e adolescentes com TDAS são tratados com medicamentos que podem estar associados a efeitos cardiovasculares.

Muitas crianças e adolescentes com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) são tratados com medicamentos estimulantes e não estimulantes, que podem estar associados a efeitos cardiovasculares. Dessa forma, segundo as diretrizes do National Institute for Health and Care Excellence (NICE), pacientes que recebem medicamentos para tratamento do TDAH devem ser monitorados quanto a alterações na pressão arterial (PA) e na frequência cardíaca (FC).

Com o objetivo de avaliar se os efeitos cardiovasculares em crianças que recebem tratamento medicamento para TDAH são monitorados de acordo com as diretrizes do NICE, Mohammed Badawy e Ravi Chetan, pesquisadores do Southend University Hospital no Reino Unido, conduziram o estudo “Monitoring the Cardiovascular Effects for Children Taking Medication for Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD): Are We following The NICE Guidelines?”, apresentado no European Academy of Pediatrics Congress (EAP 2021).

medicamentos para TDAH que possuem efeitos cardiovasculares

Tratamento de TDAH e efeitos cardiovasculares

Uma análise retrospectiva de dados clínicos de pacientes pediátricos de até 17 anos com TDAH diagnosticados entre março de 2018 e março de 2020 foi realizada para a avaliação de monitoramento da PA e da FC.

Cinquenta pacientes tiveram avaliação inicial no momento da primeira prescrição medicamentosa para TDAH. Desses, 37 (74%) eram do sexo masculino. A idade média dos pacientes era de 10 anos ± 2,38. O cloridrato de metilfenidato foi prescrito em 94% dos pacientes. Guanfacina e lisdexanfetamina foram prescritos em 4% e 2%, respectivamente.

A PA não foi registrada em 20% dos pacientes (10/50). A PA foi registrada, mas não plotada em gráficos de percentis, em 11/50 (22%). A PA foi plotada em gráficos de percentis em 29/50 (58%). A FC foi monitorada em apenas 62% dos pacientes (31/50).

Dos 50 pacientes, 30 (60%) tiveram o primeiro acompanhamento após seis meses do início da medicação para TDAH. A PA não foi registrada em 6/30 (20%). PA registrada, mas não plotada em gráficos de percentis, ocorreu em 5/30 (17%). A PA foi plotada em gráficos de percentis em 19/30 (63%). A FC foi monitorada em 19/30 (63%).

Dos 50 pacientes, 17 (34%) tiveram um segundo acompanhamento após 12 meses. A PA não foi registrada em 2/17 (12%). A PA foi registrada, mas não plotada em gráficos de percentis, em 3/17 (18%). Setenta por cento dos pacientes (12/17) tiveram suas PA plotadas em gráficos de percentis. A FC foi monitorada em 13/17 (76%).

Conclusões

Os pesquisadores destacaram que, apesar das diretrizes nacionais britânicas serem claras na recomendação de monitorização dos efeitos cardiovasculares dos medicamentos usados para tratamento da TDAH, ainda há uma grande variação na prática clínica.

Segundo as diretrizes NICE, pacientes submetidos a tratamento medicamentoso para TDAH devem ser monitorados quanto a FC e a PA, que devem ser comparados com a faixa normal para a idade antes e depois de cada mudança de dose e a cada seis meses. A menos que haja uma indicação clínica, exames de sangue de rotina (incluindo exames de função hepática) ou eletrocardiogramas não devem ser realizados.

Se um paciente que faz uso de medicamentos para TDAH apresentar taquicardia em repouso (acima de 120 batimentos por minuto), arritmia ou PA sistólica superior ao percentil 95 (ou um aumento clinicamente significativo) medida em duas ocasiões, a dose deve ser reduzida e o paciente deve ser encaminhado para um cardiologista.

Se o paciente estiver utilizando guanfacina e apresentar episódios de hipotensão ortostática ou desmaios, a dose deve ser diminuída ou outro medicamento para TDAH deve ser prescrito.

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