Empagliflozina é aprovada no Brasil para tratar dois tipos de insuficiência cardíaca

A Anvisa aprovou na última segunda-feira,23, um novo medicamento para pacientes com insuficiência cardíaca: a empagliflozina.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na última segunda-feira, 23, um novo medicamento para pacientes com insuficiência cardíaca (IC): a empagliflozina. Essa é a primeira e única terapia do mercado a tratar os dois tipos de insuficiência cardíaca, seja com fração de ejeção preservada ou reduzida.

No país, o remédio é comercializado desde 2015. Com essa nova indicação, pode ser prescrito para o tratamento de adultos com diabetes tipo 2 ou insuficiência cardíaca.

Gliflozinas e doença cardiovascular: o que sabemos até agora?

empagliflozina

Resultados do estudo

A decisão ocorre após avaliação dos resultados positivos do estudo EMPEROR-Preserved, submetido à agência pela Boehringer Ingelheim e Eli Lilly, demonstrou que a empagliflozina proporciona uma redução de 21% no risco relativo de óbito cardiovascular ou hospitalização.

“Os resultados demonstraram que a empagliflozina proporciona uma redução de 21% no risco relativo de morte cardiovascular ou hospitalização por insuficiência cardíaca em adultos com fração de ejeção preservada (ICFEP). Um estudo anterior, o EMPEROR-Reduced, já havia comprovado benefício semelhante para indivíduos com fração de ejeção reduzida. Esses dados estabelecem a empagliflozina como o primeiro tratamento aprovado capaz de melhorar significativamente a saúde de pacientes com ambos os tipos de insuficiência cardíaca”, comemorou a diretora médica da Boehringer Ingelheim no Brasil, Thais Melo, em uma nota enviada para a imprensa.

A insuficiência cardíaca em adultos com fração de ejeção preservada tem sido descrita como a maior necessidade não atendida em medicina cardiovascular com base na prevalência, desfechos desfavoráveis e ausência de terapias clinicamente comprovadas até o momento.

“Hoje, metade dos pacientes com insuficiência cardíaca vem a óbito cinco anos após o diagnóstico. Com a nova indicação, conseguiremos mudar esse prognóstico”, comemorou Thais Melo.

Os estudos EMPEROR ainda demonstraram benefícios renais, com atuando nos sistemas cardio-renal-metabólico.

“As enfermidades que afetam os sistemas cardíaco, renal e metabólico são distúrbios interconectados que acometem mais de um bilhão de pessoas, sendo uma das principais causas de óbito em todo o mundo. Devido a interdependência desses sistemas, o comprometimento de um pode levar a outras afecções. Com esta aprovação, os pacientes que possuem essa condição podem se beneficiar, uma vez que é possível restabelecer o equilíbrio entre estes sistemas e reduzir o risco de complicações graves”, ressaltou a diretora médica da Eli Lilly no Brasil, Fernanda Pimentel.

Mais sobre a doença

Atualmente, a insuficiência cardíaca é a primeira causa de internação hospitalar em indivíduos acima de 60 anos no Brasil.

Trata-se de uma condição progressiva, debilitante e potencialmente fatal. A doença é responsável pelo alto número de hospitalizações, além de taxas de mortalidade e morbidade.

Os pacientes com esse quadro costumam sentir dispneia e fadiga, o que pode afetar gravemente a qualidade de vida. Os indivíduos com insuficiência cardíaca frequentemente também apresentam comprometimento da função renal, o que pode ter um impacto negativo no prognóstico.

Indivíduos com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida tem um arsenal de medicações que ajudam na redução de mortalidade e controle de sintomas, porém no caso de pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção preservada isto não ocorre.

“Apesar de diversos estudos terem sido realizados, apenas recentemente foi encontrada uma medicação que mostrou benefício em redução de mortalidade e internações por descompensação da doença neste segundo grupo, que são os inibidores de SGLT2, entre os quais temos a empagliflozina. Inicialmente a medicação foi testada para pacientes com fração de ejeção reduzida, com resultados positivos, e surgiu a hipótese de que talvez os pacientes com fração de ejeção preservada também tivessem benefício, o que foi comprovado posteriormente. Essa aprovação vai trazer bastante impacto em sobrevida e qualidade de vida, com redução de internações”, destacou a médica clínica e cardiologista Isabela C. K. Abud Manta, colunista da PEBMED, em entrevista para o portal.

A especialista acrescentou que a empagliflozina pertence à classe dos inibidores de SGLT2, que vem sendo estudados desde a década de 90, inicialmente como antidiabéticos orais, e nos últimos anos mostrou grande benefício cardiovascular e renal.

“Do ponto de vista cardiovascular, o medicamento reduz a ocorrência de eventos em pacientes com doença coronária aterosclerótica já estabelecida, em pacientes com insuficiência cardíaca, seja com fração de ejeção reduzida ou preservada e reduz a perda de função renal em pacientes com doença renal crônica, sendo atualmente indicada para estes grupos de pacientes. Alguns estudos estão avaliando se também há impacto para os pacientes com infarto. É uma medicação com elevado potencial e que vem mostrando diversos benefícios, inclusive para pacientes não diabéticos’, concluiu Isabela Abud.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo

Especialidades