ENDO 2021: manejo farmacológico do paciente com doença hepática gordurosa não alcoólica

Durante o ENDO 2021, foi apresentada uma plaestra sobre o manejo farmacológico da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA).

Durante esta semana está acontecendo o ENDO 2021, o maior encontro de endocrinologia do mundo. Hoje iremos discutir aqui no portal o manejo farmacológico da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), palestra apresentada virtualmente pela médica Diana Barb da University of Florida.

Doença hepática gordurosa não acolcoólica

A palestrante iniciou sua explanação compartilhando um esquema que ilustra bem a evolução da DHGNA e esclarece os conceitos de cada nomenclatura:

Esquema adaptado da palestra: Endo 2021 Diana Barb. Pharmacologic Approaches to the Patient with NAFLD

DHGNA x DM2: há relação?

A Dra. Diana trouxe alguns dados importantes com à relação DM2. Em pacientes com obesidade e DM2 até 70% tem DHGNA, 30% pode ter esteato-hepatite e até 15% apresentam fibrose (F2-4)

Diante desta relação importante, o guideline da American Diabetes Asociation (ADA) recomenda que pacientes com DM2 ou pré-diabetes que apresentem enzimas hepáticas elevadas ou gordura hepática no ultrassom devem ser avaliados para a presença de estrato-hepatite não alcoólica ou cirrose hepática.

Como investigar NASH/fibrose?

Alguns exames que podem ajudar no diagnóstico de alterações hepáticas são: marcadores não invasivos de fibrose (NFS, FIB-4, APRI); exames de imagem (elastografia, ressonância magnética) e a biópsia hepática (padrão-puro).

Orientações para o manejo da DHGNA

Alguns pontos ressaltados pela palestrante para o manejo foram:

  • Promoção de intervenções de estilo de vida;
  • Otimizar o controle glicêmico;
  • Identificar pacientes em risco de progressão de doença;
  • Gestão de risco cardiovascular.

Sobre os agentes farmacológicos, ela compartilhou os seguintes resultados:

  • Metformina: Não recomendado para o tratamento de NASH em pacientes adultos;
  • Pioglitazona: melhora a histologia hepática em pacientes com e sem DM2 com NASH comprovado por biópsia;
    Agonistas do GLP-1: “prematuro considerar agonistas de GLP-1 para tratar especificamente GHGNA ou NASH ”;
  • Vitamina E: Na dose de 800 UI/dia, melhora a histologia hepática em adultos com NASH e sem DM2. Não recomendado para NASH em pacientes com DM2, DHGNA sem biópsia hepática, cirrose por NASH ou cirrose criptogênica.

Mensagem prática

  1. Pacientes com DM2 estão em risco de progressão de DGHNA para NASH com fibrose
  2. Com relação ao manejo farmacológico do paciente com DGHNA, deve-se focar no impacto cardiometabólico com medidas de redução de risco cardiovascular.
  3. No tratamento de pacientes, diversos medicamentos têm sido utilizados, alguns com resultados promissores. Entretanto, considera-se que ainda há necessidade de estudos randomizados e com maior tempo de seguimento dos pacientes para uma melhor definição da terapêutica farmacológica adequada.

Mais do congresso:

Estamos acompanhando o ENDO 2021, fique ligado no Portal PEBMED!

Referências bibliográficas:

  • Endo 2021 Diana Barb. Pharmacologic Approaches to the Patient with NAFLD.
  • Chalasani N, Younossi Z, Lavine JE, Charlton M, Cusi K, Rinella M, Harrison SA, Brunt EM, Sanyal AJ. The diagnosis and management of nonalcoholic fatty liver disease: Practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2018 Jan;67(1):328-357. doi: 10.1002/hep.29367. Epub 2017 Sep 29. PMID: 28714183.

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