Endometriose na adolescência: o que diz o novo guideline?

Estima-se que para alcançar o diagnóstico de endometriose em pacientes adolescentes pode-se demorar até doze anos.

Dismenorreia é uma queixa muito comum na adolescência, porém temos poucos estudos envolvendo o diagnóstico de endometriose nessa faixa etária. Estima-se que demora sete anos para fazer o diagnóstico de endometriose em uma paciente adulta, já nas adolescentes este diagnóstico pode demorar até doze anos. A incidência desta patologia nas meninas até 20 anos pode chegar a 73%.

O Guideline de endometriose da European Society of Human Reproduction and Embryology (2022) apresenta mais de 100 recomendações para médicos que prestam assistência a mulheres com essa patologia. Hoje, venho com a proposta de apresentar as recomendações feitas para as adolescentes com endometriose, de modo prático e objetivo.

Endometriose na adolescência o que diz o novo guideline

Fatores de Risco

Apesar de controverso, história familiar, má formação genital, ciclos menstruais curtos e menarca precoce pode estar relacionado com endometriose no período da adolescência. Sempre devemos desconfiar de pacientes que faltam a aula no período menstrual ou necessitam de utilizar anticoncepcionais orais para controle de dismenorreia.

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Sintomas Clínicos

Os sintomas clínicos na adolescente são mais progressivos do que na mulher adulta, além disso, a queixa baseia-se apenas na dor. Diferente da mulher adulta, que apresenta outros sintomas, como infertilidade, queixas urinárias e gastrointestinais.

Exame Físico

O exame de toque vaginal ou retal deve ser feito com parcimônia, levando em consideração a idade da paciente, consentimento e cultura.

Exame de Imagem

Podemos solicitar ressonância magnética com contraste e preparo intestinal. Se possível, a avaliação pode ser feita com ultrassom endovaginal com preparo intestinal.

Exame Laboratorial

Não é indicado solicitar marcadores como o CA 125.

Laparoscopia Diagnóstica

Laparoscopia diagnóstica está indicada apenas nas pacientes adolescentes com exames de imagem normais e sem melhora com o tratamento clínico.

Tratamento Medicamentoso

Para controle da dismenorreia está indicado o de terapia hormonal, feita com anticoncepcionais combinados ou com progesterona isolada, podendo ser usado sistema intrauterino liberador de levonorgestrel. Porém, não podemos esquecer que algumas progesteronas podem interferir na densidade mineral óssea. Se não for possível prescrever hormônios, podemos utilizar anti-inflamatórios não esteroidais no período menstrual para controle da dor pélvica.

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Tratamento Cirúrgico

A retirada dos focos de endometriose por videolaparoscopia deve ser feita nas pacientes adolescentes sempre que não houver controle das dores com o tratamento medicamentoso. Lembrando que existe uma menor chance de recorrência se associada com terapia hormonal por pelo menos seis meses após o procedimento.

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